Por Rodrigo Malveira
Nos últimos anos o Gás Natural Veicular (GNV) se tornou o combustível preferido dos taxistas. Com os aumentos sucessivos de preço da gasolina e do álcool, o GNV surgiu como uma opção mais barata e confiável. Contudo, o maior empecilho para o seu uso é que a maioria dos carros não sai de fábrica com essa tecnologia, por isso é preciso adaptá-lo e instalar o kit gás. Prática que nem sempre é feita da maneira adequada por muitos veículos particulares, gerando riscos durante o abastecimento.
Por isso, alguns taxistas acreditam que os postos de combustíveis deveriam cobrar um selo de que o kit foi verificado pelo Detran. No entanto, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Pernambuco (Sindicombustíveis-PE), Alfredo Pinheiro Ramos, informa que o hábito não pode ser adotado, pois, os postos não têm direito de exercer fiscalização. “Não temos poder de polícia, na hora que pedimos o selo ou o certificado, alguns usuários do GNV começam a criar caso. Há alguns postos que adotam o não abastecimento, mas não existe uma lei para pedir essa documentação”, diz. A solução encontrada para isso foi fazer campanhas e pedir que durante as blitze da Lei Seca, o governo do estado incluísse a cobrança da certificação. “Na hora que o motorista for parado para fazer os testes também é pedido para ele abrir a mala. Tendo o cilindro lá, o agente pede a certificação”, complementa Alfredo.
Segundo dados do Detran-PE, Pernambuco conta com 55 mil veículos adaptados ao uso do GNV, o que corresponde a 0,98% da frota estadual. O órgão informou que tem realizado constantes blitze com o intuito de verificar veículos movidos a gás, mas solicita que os motoristas realizem todos os procedimentos de verificação indo à sua sede para fazer uma vistoria e depois se dirigindo a uma Instituição Técnica Licenciada (ITL) para solicitar o Certificado de Segurança Veicular (CSV). É preciso também fazer uma verificação anual em uma das instituições credenciadas pelo Instituto de Pesos e Medidas de Pernambuco (IPEM) para renovar o CSV.
Com a função de credenciar organismos capazes de exercerem essa verificação, o IPEM, por sua vez, acrescenta que nenhuma lei obriga os postos a serem fiscalizadores do GNV. Porém, a portaria de número 190, de dezembro de 2003, do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) dispõe que quando o veículo passar pela inspeção de segurança veicular deverá receber um selo para uso no para-brisa dianteiro ou para, obrigatoriamente, ser colocado junto aos documentos do carro. Ações que assegurariam a segurança em seu abastecimento e, em suma, garantiriam ao posto o direito de exigir a sua apresentação para preservação dos seus profissionais.
Para o proprietário da Auto Gás, Rodrigo Aguiar, optar por uma empresa credenciada para fazer a instalação do kit gás traz mais benefícios do que apenas a segurança. “Os kits piratas têm funcionamento e durabilidade bem menor. E, futuramente, como o mercado de gás é sazonal, quando ele esfriar o pessoal do kit pirata vai sumir e quem estiver com ele não vai ter manutenção”, explicou.
Taxistas
O SINDTAXI-PE aponta que mais de 5.500 táxis do Recife já atuam com o gás natural (6.126 é o total de veículos). Um deles é o veículo de Sérgio Mendes (TP207) que avalia a economia como principal motivo para adesão. “Sou taxista há 18 anos e meus amigos já comentavam sobre a economia. Meu carro, hoje, faz em torno de 12km por metro cúbico na cidade e 15km na estrada”, destaca.
Entre os taxistas, a ausência de fiscalização também é motivo de reclamação. “Muitos carros particulares rodam com cilindro instalado no quintal de casa. Alguns anos atrás, existia um selo que se colocava no painel do carro e que comprovava a vistoria, mas acabaram com isso e ninguém pede mais”, lembra o taxista Alberto Gomes (TP 057). Apesar do depoimento do taxista, o selo ainda existe conforme Portaria do Inmetro.
O presidente do SINDTAXI, Flávio Fortunato diz que o sindicato tem a posição a favor da fiscalização em postos. “Quanto mais segurança para nosso associado, quanto para os nossos clientes na hora de abastecer, melhor. Porque, de repente, um carro desses explode e pode prejudicar o táxi que estava todo vistoriado. Os postos não têm controle nenhum”, afirmou.
Uma resposta
Com a chegada dos aplicativos em nossa cidade e sem apoio do prefeito de Olinda LUPÉRCIO, alguns ponto dos taxista de olinda simplesmente sumiram, por falta de passageiros. Alguns taxistas que ainda tenta permanecerem no ponto, ficam o dia todo sem se quer pegar um único passageiro. Situação que pode ser revertido se a prefeitura fiscalizar com maior rigor os aplicativos clandestinos que atrapalha tando nossa classe Centenário.