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Dona Maria Luiza: pioneira no nordeste com a Teletáxi, há 39 anos superando desafios

Dona Maria Luiza, Histórias de Taxista na Bahia
"Cumpri a minha missão e deixo a TeleTáxi seguindo em frente" - Foto: Helton Carlucho/Ei Táxi
Por Helton Carlucho

Em 1980, Maria Luiza Karam Driesel decidiu investir no mercado de táxi. A partir de uma tecnologia que conheceu em Curitiba, sua cidade natal, ela criou na Bahia a Teletáxi, primeira empresa a gerenciar corridas através do sistema de rádio no norte-nordeste. Agora, aos 79 anos, ela conta como superou os desafios de inovar na profissão e como conduz a empresa nos dias de hoje.

O início – Há 50 anos em Salvador, Dona Maria Luiza, como é conhecida no segmento, chegou à cidade junto com o marido, que se mudou para o estado para trabalhar na construção da Usina Siderúrgica da Bahia (Usiba), do grupo Gerdau. Sua história com a profissão, no entanto, começou anos depois, após ficar viúva. “Fui para Curitiba visitar a minha família e vi o sistema de rádio táxi, que já conhecia nos Estados Unidos. Eu fui me informar com o fundador da Rádio Táxi de Curitiba”. Empolgada com a tecnologia, resolveu investir: “Compramos o know-hall, ele veio, instalou e foi embora. Daí eu continuei”, conta.

No início da empresa, ela teve o apoio de um familiar. “Meu irmão veio, ficou comandando os motoristas e eu a parte administrativa. Depois de quatro meses ele foi embora e eu fiquei sozinha”, lembra, ressaltando a dificuldade de gerenciar um negócio em um ambiente majoritariamente masculino. “Há 39 anos, uma mulher comandando os homens, imagine?”, brinca. Mas, aos poucos, o pré-conceito foi quebrado: “Ganhei a confiança deles e caminhamos”.

Segundo Dona Maria Luiza, foi preciso muita persistência para obter resultados. “Demorou 10 anos até pegar”, diz. Porém, após espantar a desconfiança de clientes e motoristas, o negócio decolou: “Deu para ganhar muito dinheiro no começo. […] graças a Deus, deu muito certo”, lembra.

Atuais desafios – Ela conta que a situação voltou a ficar difícil após a ascensão dos aplicativos de carro particular. “Com essa Uber é um pouco complicado”, afirma, ressaltando que o sistema de táxi precisa evoluir para vencer essa batalha. “Isso que eu digo aos motoristas. A Uber está assim, mas nós temos que evoluir e passar na frente deles. Eu sempre digo, os melhores filmes e a melhor revelação eram só a Kodak, mas cadê a Kodak? Faliu! Ela não foi evoluindo”, lembra o caso da multinacional do ramo da fotografia, que foi de líder de mercado à falência.

Com 220 carros, para disputar com a concorrência, a Teletáxi trabalha com 20% de desconto e preço fixo em chamadas no aplicativo. A empresa também aposta na qualidade do atendimento e na capacitação dos motoristas colaboradores para fidelizar o cliente. As medidas têm dado resultados. “Agora estou ganhando terreno”, revela a empresária. Entusiasta da tecnologia, além do app, usa também o WhatsApp, mas mantém o sistema de call center para atender a demanda daqueles clientes tradicionais.

Futuro – Perguntada sobre os próximos anos, Dona Maria Luiza diz que confia na recuperação do mercado, mas acredita que, para isso, a categoria precisa se unir. “Em Nova York, quanto tempo tem a Uber lá? O táxi continua. Acho que o táxi não vai terminar”, afirma. Ela destaca também o que considera uma atuação irregular da Uber no Brasil. “Eu tenho pena dos motoristas da Uber, eles são escravos do século 21. Tiram 25% deles, eles fazem as corridas pequenininhas. A Uber ganha os 25%, mas não paga um imposto. Devia cobrar deles”, reclama, e decreta: “Se Deus quiser, a situação vai melhorar. Eu acredito, Deus está no comando, e se Ele quiser a gente vai vencer essa batalha”.

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