Por Helton Carlucho
De acordo com a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob), mais de 175 mil foliões foram transportados por taxistas nos pontos oficiais do Carnaval este ano, 35 mil a mais do que em 2019. Representantes da categoria confirmam o saldo positivo.
Denis Paim, presidente da Associação Geral dos Taxistas (AGT), diz que os profissionais tiveram um acréscimo de aproximadamente 30% em seus ganhos. “Esse foi um dos melhores anos após a chegada dos aplicativos”, comentou.
O crescimento no número de corridas também é confirmado por João Adorno, porta-voz da Comissão dos Taxistas da Bahia. Para ele, o saldo foi ainda maior: “houve uma melhora em torno de 40% a 50%”, afirmou.
Segundo a Prefeitura Municipal, este ano a festa momesca teve público recorde de 16,5 milhões de pessoas desde o pré-Carnaval.
Os taxistas também comentaram a organização da festa. Para Adorno, a estrutura montada foi boa, principalmente os portais de acesso exclusivo para o taxista. “Ano que vem queremos também na região do Campo Grande e do Pelourinho. Esse foi um pedido da Comissão dos Taxistas ao Superintendente da Transalvador, Fabrizio Muller. Ele nos deu uma probabilidade de 90% de ocorrer”, disse.
Já Denis lembra que houve algumas dificuldades, mas pontua o apoio da Coordenadoria de Táxi e Transportes Especiais (Cotae) na resolução dos problemas. “Foram muito solícitos”, destacou. Entre os pontos negativos, ele aponta a ação de motoristas que tentaram acessar os portais indevidamente e acabaram causando congestionamentos. “Carros por aplicativos e clandestinos tentaram burlar a organização, mas foram notificados”, informou.
Vilson Azevedo (C- 0275), que trabalhou entre a quinta e o sábado de Carnaval, diz que a organização melhorou com a instalação dos portais, mas também critica o congestionamento próximo ao acesso exclusivo. “Antes do portal continuou o mesmo engarrafamento de sempre. Muitos carros querendo passar, parando e travando a entrada”, reclamou.
Luís Carlos (C-0099) esteve em todos os dias da festa. Ele questiona a entrada de alguns carros particulares nos acessos exclusivos de taxistas. “Quero saber como esses aplicativos e carros clandestinos conseguiram passar pela barreira. Não sei se compravam o acesso de morador”. Entre as ações positivas, ele destaca o ponto fixo para o táxi especial (Comtas e Coometas), na Ondina, em frente ao colégio ISBA. A iniciativa inédita foi articulada entre as cooperativas e a Semob.
No local, o público teve à disposição uma frota com cerca de 200 veículos, além de uma equipe de atendentes disponibilizando informações sobre o serviço e valores das corridas.
Para o secretário da Semob, Fábio Mota, o novo serviço de táxi foi bem aceito pelos usuários. “Este ano, pela primeira vez, a gente montou um serviço diferente, em Ondina. Tem sido um sucesso total, ofertando mais comodidade e um táxi tabelado. A inovação tem agradado muito os foliões”, disse.
Adriano Eugênio, diretor da Coometas, também comemorou o sucesso da iniciativa. “100% de satisfação de uma clientela carente de um preço realmente justo, de um serviço de qualidade em pleno Carnaval de Salvador. Uma mega estrutura nossa de acompanhamento, com todos diretores acompanhando toda operação in loco, e motoristas satisfeitos por estar tendo mais um campo de trabalho”, comentou.
FISCALIZAÇÃO – O coordenador da Cotae, Clemilton Santos, se diz satisfeito com a atuação da Semob e da Transalvador durante o evento. “De modo geral, acho que foi muito favorável”, avaliou. O gestor destaca que a fiscalização foi ampliada neste ano.
Sobre a conduta dos taxistas durante a festa, o gestor revela que houve 130 ocorrências. “Dessas, 103 autuações e 27 advertências. A maior parte relacionada a recusa de passageiros e a cobrança abusiva”, explicou. Ele também informou que 15 taxistas tiveram o carro apreendido. O principal motivo foi a falta de documentação.