Por Antonio Carlos Aquino de Oliveira
O mundo ontem, hoje e sempre exigirá de todos nós mudanças, adaptações, ajustes. Sofrerá mais quem mais resistir ao tempo e suas naturais transformações.
Na sociedade moderna, as doenças do comportamento têm as mais amplas e complexas consequências, muitas extremamente graves que caminham no sentido contrário à felicidade que almejamos, decorrentes exatamente de rigidez. Mudar não é perder identidade, abdicar de valores que tornam cada um alguém especial e diferenciado.
Cada ser humano carrega em si as contradições naturais de quem tem que aprender fazendo, porém, algumas contradições entre o que se fala e o que se faz, entre o que se sabe ser correto e as atitudes erradas que se comete geram graves consequências individuais e coletivas. Cito a traição aos cargos por parte de governantes e funcionários públicos como exemplo de contradição que se traduz em traição.
Sou defensor de valores universais inegociáveis e imutáveis como o respeito à vida, à infância, à liberdade, aos direitos de todos e os de cada um. Os valores estabelecem limites e os limites devem ser respeitados. São os valores e práticas que distinguem pessoas, não a cor de sua pele, a sua crença religiosa ou seu status social.
Faço essa abordagem por inspiração de uma constatação de realidade técnico-política que vejo nas entidades de classes, profissionais e patronais, com sua grande maioria em crise financeira, ou ética, ou de representatividade e legitimidade, ou de sustentabilidade. Não foi a reforma trabalhista que gerou a atual crise das entidades, mas o constante e persistente distanciamento de seus mais importantes compromissos e objetivos, o distanciamento de suas bases, o corporativismo degradante e nocivo, o aparelhamento pessoal e político, a degradação das relações por práticas inadequadas ao mundo civilizado de se cumprir acordos, regras, normas e leis.
Quem quer mudar? Quem nos Sindicatos, Associações, Conselhos, Ordens, Grupos e Condomínios está disposto a romper com o personalismo e patrimonialismo em benefício do coletivo e do comum? Quem se dispõe a fazer cumprir códigos de ética e normas de compliance, sem titubear e em defesa da maioria? Quem está disposto a bancar excelência de serviços de profissionais competentes e respeitados dentro das instituições?
Os diagnósticos das razões e causas da degradação das instituições públicas e privadas são mais que conhecidos, são dominados, quantificados, qualificados. Quem quer mudar? Quem se dispõe a pagar o preço das mudanças em si mesmo, nas suas famílias, nos seus grupos sociais, nas suas empresas e instituições?
Mudar não é para quem quer, é para quem pode e é capaz. Adaptar-se é condição acessível aos flexíveis, disciplinados, determinados.
Quem está satisfeito com quem é e com o que tem, repete, conserva, apega-se. Quem está insatisfeito, incomodado, desconfortável, muda.
No mundo dos omissos, dos que remam contra tudo e contra todos em benefício próprio ou de pequenos grupos, tem os que fazem acontecer, que pagam o preço de querer mudar e promover mudanças.
Tudo no caminho do bom, do melhor, do bem, pois, mudança para pior é retrocesso, atraso.
Uma resposta
Tornou-se raridade, como os metais nobres, pessoas de razão e comportamento ilibado!
Lamentável, como disse nosso Santo Papa Francisco, os homens hoje cultuam o “Santo Dinheiro” e com isso abandonaram os sagrados valores.
Urge portanto, uma tomada de consciência quanto aos verdadeiros valores humanos e sociais, para se reduzam o número de farmácias, prisões e pessoas infelizes.