O taxista de Itabuna, Jorge Xavier (A-0431), ingressou na atividade no ano 2000, pois, queria ser seu próprio chefe, estabelecer o seu próprio horário de trabalho. Quase 20 anos depois, conhecendo a profissão como ninguém, ele comemora a jornada e os desafios vencidos.
Casado e pai de três filhos, Xavier faz questão de destacar o motivo de encarar as dificuldades do dia a dia de trabalho por todos esses anos. “Tenho uma família maravilhosa. Uma esposa muito esforçada, guerreira, e três filhos que nunca me decepcionaram”, comenta com orgulho.
Um entusiasta da profissão, sempre atento às discussões relacionadas à categoria, ele acredita que o sucesso da sua jornada foi sempre oferecer o melhor ao cliente. “Sou amigo, trato as pessoas com respeito. As pessoas que entram no meu carro são tratadas com igualdade. Não importa a cor, nem a posição social”, explica, salientando que tem se dado bem com essa postura. “Tem hora que nem dá para eu atender os meus clientes. Eu passo a corrida para os meus colegas”.
Ele reforça que a atitude é extremamente necessária após o surgimento dos aplicativos, com os quais diz ser “muito revoltado”. “São coisas que vieram para tentar nos derrotar”, brada.
Xavier acredita que a falta de unidade entre a categoria é o principal motivo para a ascensão dos aplicativos. Ele lamenta que a classe não tenha algum tipo de conselho. “Um conselho federal, tipo OAB. Ninguém pode se passar por advogado, porque pode ir preso, ninguém pode se passar por médico, senão pode ir preso. O taxista, não! Qualquer um que compra um carro vai rodar”, explica, e afirma que a classe política é outro problema na luta contra os apps. “Nós estamos na mão dos políticos e muitos deles receberam dinheiro para legalizar o Uber, legalizar os apps. Deixaram a gente na mão, viraram as costas para os taxistas”, denuncia.
Sem acreditar na possibilidade de acabar com os apps, ele diz que a melhor solução seria a limitação do número de carros por aplicativo.
Para ele, apesar das dificuldades, dificilmente o táxi será derrotado, mas é preciso que a categoria seja perseverante. “É importante que os amigos taxistas não percam a esperança, pois, dias melhores virão”, finaliza recomendando aos parceiros de profissão.