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Em Camaçari, na Bahia, os taxistas continuam sem ajuda de Elinaldo, o prefeito que administra a segunda cidade mais rica do Estado

Os taxistas de Camaçari, cidade que compõe a Região Metropolitana de Salvador (RMS), tiveram negado o pedido de ajuda que fizeram ao prefeito Elinaldo Araújo da Silva (DEM) para minimizar os impactos causados pela pandemia do novo coronavírus (COVID-19). Além da negativa do executivo, a categoria também se vê órfã de representação na Câmara de Vereadores, uma vez que nenhum parlamentar apresentou, até então, um projeto de lei que socorra as centenas de famílias desassistidas neste momento de crise. Cerca de 670 profissionais atuam na cidade, sendo 220 através do sindicato e 450 pelas cooperativas.

Representantes do Sindicato dos Taxistas de Camaçari (Sintac) tentaram ser recebidos pelo prefeito, no último dia 15, mas acabaram sendo atendidos rapidamente pelo secretário de governo, José Gama, que foi porta-voz da triste notícia de que não haverá ajuda. Em áudio que mais parece uma defesa da administração pública do que da própria categoria, um dos diretores do Sintac, Jonas Almeida, reproduziu a fala do secretário: “não vai ter ajuda, não adianta, a prefeitura não tem dinheiro, não adianta correr atrás disso, correr atrás daquilo, não vai ter ajuda”.

Camaçari é conhecida como a “Cidade Industrial”, porque abriga o Polo Petroquímico de Camaçari, o maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul. De acordo com o Senso 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Camaçari possuía o segundo maior Produto Interno Bruto [que é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade em um ano] da Bahia, com cerca de R$ 23 Bi, atrás apenas da capital que apresentou um PIB de aproximadamente R$ 63 Bilhões. Se for analisado o PIB per capita [o Produto Interno Bruto dividido pela quantidade de habitantes], a cidade continua em segundo lugar com R$ 77.816,68 por habitante, perdendo neste caso para São Francisco do Conde, outra cidade da RMS, que possuía naquele ano um PIB per capita de R$ 253.895,58 por habitante. Os números de Salvador foram de R$ 21.231,48 por habitante, algo que lhe rendeu a distante posição 29 no ranking do Estado.

Evidentemente que o prefeito Elinaldo também enfrenta as suas dificuldades, no entanto, ele administra uma cidade que tem o 33º maior PIB do Brasil. Ou seja, a prefeitura de Camaçari tem dinheiro, apesar da defesa enfática do diretor do sindicato, dizendo que não tem, ao reproduzir a fala do secretário Gama. Vale lembrar ao prefeito que este é um momento atípico em que as pessoas estão passando fome por impossibilidade de buscar o seu sustento dignamente.

Não bastasse a falta de amparo do poder executivo, a classe também não encontra auxílio no legislativo, visto que não há movimentação entre os vereadores para apresentação de um projeto de lei vise conceder algum benefício ao taxista.

Agora, os diretores do Sintac terão que decidir se aceitam essa situação ou vão à luta das formas possíveis, reivindicando os direitos de uma classe que honra os seus compromissos e presta um serviço de extrema importância tanto à população quanto ao setor industrial da cidade.

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