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Dona Zezé: a jornada de uma taxista que vive do social e do bem em comum

Dona Zezé, a jornada de uma taxista
Dona Zezé: "O táxi é um verdadeiro instrumento de transformação" - Fotos: Wilson Maranhão

“O táxi não é apenas para ganhar o pão, e sim um verdadeiro instrumento de transformação”. É desta forma, com plenitude, que a taxista Maria José de Lima Cavalcanti (TP 3817), 58, mais conhecida como Dona Zezé, orgulha-se ao demonstrar a paixão que tem de conduzir seu táxi por mais de duas décadas pelas ruas e avenidas do Recife e Região Metropolitana.

Para a ela, as experiências à frente do volante foram verdadeiras metamorfoses em sua vida. Assim, transformando sua profissão como ato de não apenas transportar passageiros, e sim, um instrumento que lhe permite dá continuidade a dois pilares que julga importantíssimos: o social e o bem em comum. “Já tive vários motivos para encerrar minha carreira no táxi. Mas eu, sinceramente, não consigo. A pressão da família é grande, mas, sinto que tenho que dá continuidade à minha jornada que é servir bem aos meus clientes e ajudar a todos no trânsito, da melhor maneira como posso, pois, a questão social já está enraizada em mim e não sai”, destacou.

 

Dona Zezé é uma mulher forte, filha da cidade de Pesqueira, no Agreste pernambucano, mas construiu sua vida e família no bairro da Brasília Teimosa, na Zona Sul do Recife, onde mora há mais de 35 anos, e, que, segundo ela, é o lugar de onde não pretende mais sair. Ela conta à reportagem do Ei, Táxi que o sonho de infância era ser radialista, mas a vida profissional dela acabou escolhendo outro destino: o táxi.

“Sempre tive o sonho de ser comunicadora. O rádio é a minha paixão até hoje. Tanto é que eu tomei o protagonismo de participar nas rádios, de participar de debates nos programas, sempre me posicionando em prol da melhoria do nosso trânsito, de ajudar as pessoas, de melhorar um pouco a nossa vida que é um tanto sofrida. Mas, quis o destino que eu fizesse tudo isso não à frente de um microfone, e sim de um volante, fazendo a coisa que mais amo que é a minha profissão de taxista”, ressaltou Dona Zezé, que iniciou a profissão de taxista no início dos anos 90, após seu irmão lhe emprestar seu táxi no intuito de dá uma solução para o desemprego que lhe atingia naquela época.

 

A simpatia, o carisma e a alegria são virtudes de Dona Zezé durante sua jornada diária pelas ruas e avenidas do Recife. Porém, os mais de vinte anos na profissão também pregaram histórias que remetem à saudade da perda precoce de um dos seus filhos, além dos preconceitos sofridos pela condição do gênero em meio à profissão. “Bom, dirigir diariamente me faz lembrar muito do meu filho, que faleceu após um acidente de trânsito, há uns dez anos. Sinto muita saudade dele, é praticamente uma lacuna em minha vida. Mas, na vida de taxista, me tornei cascuda. Principalmente ao lidar com os preconceitos pelo fato do espaço que ocupei como mulher na profissão. Hoje, já não sofro muito, mas antigamente, os assédios eram constantes, que me fizeram refletir se eu abandonaria ou não o carro. Porém, a escolha de permanecer foi a melhor e eu não pretendo largar mão de jeito algum. Minha missão é árdua, mas próspera e duradoura. Meu papel é fazer o bem, ajudar as pessoas. E seguirei fazendo isto”, destacou Dona Zezé.

Por Wilson Maranhão

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