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App Táxi Salvador: Taxista apresenta, para a prefeitura, projeto de aplicativo com premiações mensais

Taxista Gil da Receptivo Táxi em Salvador
"O taxista precisa se permitir mudar, entender o momento e enxergar o futuro. Se nós não entendermos que o passageiro quer inovação, vamos sucumbir" - Fotos: Divulgação

Ivanildo da Silva Barbosa, mais conhecido como Gil, 46 anos de idade, soteropolitano, alvará A-6436, é taxista há 16 anos na capital baiana. Ao longo desses 16 anos, atua no ponto de táxi da Rampa do Comércio, fazendo dobradinha entre 2016 e 2020, com participação na Associação dos Taxistas do Aeroporto Luís Eduardo Magalhães (Atalema), hoje inativa. Meu foco sempre foi o cliente de turismo e de eventos, por isso sempre procurei atuar nos portais da cidade.

O Ei Táxi bateu um papo com Gil para conhecer o projeto do aplicativo Táxi Salvador, que ele apresentou para a prefeitura como uma saída para o taxista “enfrentar” a concorrência.

O que é o projeto Táxi Salvador?

O Táxi Salvador é um aplicativo de chamada de corrida para o táxi. Uma proposta, que, desde 2018, venho tentando levar para a Semob [Secretaria de Mobilidade de Salvador]. Tive reuniões com o ex-secretário, Fábio Mota, e também com o ex-gestor da Cotae [Coordenação de Táxi e Transportes Especiais de Salvador], Marcelo Tavares. Em 2019, apresentei para o novo chefe da Cotae, o Clemilton Almeida, mas não andou. Agora, no último dia 6, fui mais uma vez à Semob e tive uma conversa rápida com o novo secretário, Fabrizzio Müller, e Clemilton mais uma vez. Não deu pra apresentar tudo pra eles, mas acredito que ainda terei essa oportunidade.

Apresentei a ideia de uma plataforma que inclua todos os 7.296 táxis. Só vejo essa opção para a sobrevivência do sistema. As filas acabaram, seja no aeroporto, na Rampa, ou qualquer outro lugar, disputamos com o motorista de aplicativo e com os clandestinos, que ficam aliciando os passageiros.

Você teve ajuda de mais algum taxista para elaborar esse projeto?

Não. Até conversei com algumas lideranças, mas a cabeça dessas pessoas não aceita aplicativos, falam em manter filas, pontos.

Quem seriam essas lideranças?

Conversei com João Adorno, mas ele disse que a prefeitura já está pra lançar o TaxiRio. Conversei com o senhor Gilberto da Coastaxi, que ficou espantado de forma positiva com o que apresentei na Semob, ele até participou da reunião, porque estavam com outras pautas e acabou sendo tudo junto. Também tentei conversar com Denis Paim, mas não se interessou em conhecer o projeto.

Como funcionaria?

O taxista sai para trabalhar e se conecta à prefeitura, através da plataforma. Ele seria obrigado a ficar ‘logado’, teria que ter uma mudança no regulamento. Se ficar recusando corridas, a Cotae vai ver e buscará informações sobre o motivo da recusa para tomar as medidas cabíveis. Só vai funcionar se o taxista tiver responsabilidades e sentir que o aplicativo é dele.

Qual seria a plataforma?

Eu pesquisei a plataforma da Taxi Machine e da Original Software. Inclusive, o TaxiRio foi desenvolvido pela Taxi Machine e o Taxi Mobi foi desenvolvido pela Original. A prefeitura que escolheria, mas a ideia seria ter o mesmo nível dos aplicativos concorrentes.

Qual seria o custo para o taxista?

Ele participaria do custo de implantação e mais um custo por corrida. A implantação, suporte e gerenciamento, que seria para a plataforma, custariam R$ 61,77 por taxista, que valeria pelos primeiros dois anos. O custo de corrida poderia ser R$ 1,00 por corrida, essa arrecadação seria para ajudar a prefeitura a suportar os custos com a gestão e marketing do negócio. Se cada táxi fizesse duas corridas, seriam mais de R$ 437 mil/mês e mais de R$ 5 milhões por ano, claro que é um número hipotético, mas bem possível.

Qual seria a tarifa cobrada para o passageiro?

A tarifa seria valor estimado, sendo um pouco acima da tarifa dos aplicativos, mas abaixo da Bandeira 1. Não existiria a Bandeira 1 e nem Bandeira 2 no aplicativo, mas o taxímetro continuaria normalmente dentro do táxi com a tarifa normal, tanto a B1 quanto a B2 para aqueles passageiros que quisessem pegar o táxi no ponto.

Como foi a receptividade do secretário?

Ele se mostrou muito interessado, até comecei a reunião perguntando pra ele se a Semob tem a intenção em ajudar o sistema de táxi em Salvador. Ele me disse ‘total’, disse que é prioridade para a Semob. Ele disse que já está em conversa com a gestão do aplicativo TaxiRio. Mencionou que já estaria buscando algo pronto pra trazer e implantar aqui. Eu levei um outro modelo de plataforma, que a gente pudesse inserir o taxista no processo e que a prefeitura tivesse condições de premiar o taxista, mas com responsabilidades do taxista, do contrário não funciona.

Quais seriam os diferenciais desse modelo?

Primeiro é importante salientar que a sociedade de Salvador e os seus visitantes não têm a opção de chamar todos os táxis da cidade por um aplicativo. O aplicativo daria essa oportunidade ao usuário. Nós estaríamos conectados todos os dias. Além disso, essa plataforma sendo implantada, vai obrigar o permissionário a colocar um auxiliar, isso vai trazer receita, porque o auxiliar vai poder pagar a semana, ou seja, vai gerar muita vaga de trabalho. O aplicativo poderia sortear prêmios mensais para quem atingisse um determinado número de corridas, por exemplo, 30 corridas no mês, concorreria a vouchers de combustíveis, acessórios, peças de carros, ou ainda prêmios em dinheiro mesmo, algo assim. Já pensou no estímulo que isso seria para o taxista? Existem muitas formas de ganho que poderiam ser implantadas.

Você participaria desse negócio?

Não. A gestão total ficaria a cargo da Cotae, inclusive marketing, tudo. O aplicativo seria da prefeitura.

Na sua opinião, onde o taxista peca diante dessa concorrência com os aplicativos?

Vejo uma resistência à realidade que está aí. Não acompanhamos as inovações. As lideranças ficam brigando por política e não olham isso.

Taxistas da Receptivo Táxi em Salvador
A Receptivo Táxi conta com 12 taxistas, mas interessados em participar podem entrar em contato com Gil

Você possui a Receptivo Táxi. Conte um pouco.

Fundei essa empresa em 2015 com foco no turismo. Eu faço um trabalho de marketing digital com site, redes sociais, WhatsApp e captação de clientes por indicação, surte muito resultado. Alguns taxistas me dão apoio, uns 12 colegas.

Como está a Receptivo Táxi hoje?

Com o turismo e os eventos praticamente parados nessa pandemia, não temos tido como atender os nossos clientes como as bandas BaianaSystem e ÀTTOOXXÁ, clientes corporativos na área de eventos, agências, cerca de 12 a 14 clientes ativos. Mas temos atendido às indicações, fazemos viagens, corridas na cidade, o que pintar.

Vocês têm conseguido faturar de forma satisfatória?

Sim. Em alguns meses, antes da pandemia, chegamos a contribuir na renda dos colegas com cerca de R$ 1 mil de faturamento em corridas oriundas da Receptivo Táxi.

A Receptivo Táxi está aberta para o taxista que tiver interesse?

Sim. Basta entrar em contato comigo (71 9224-8065) pra que ele possa entender como funciona e a gente alinhar tudo. Hoje, não fosse a pandemia, poderíamos estar com uns 30 táxis como apoio.

O que você projeta para o segmento de táxi nos próximos anos?

Se o taxista entender que o momento pede uma plataforma com todos conectados, vejo uma boa perspectiva, mas depende do taxista e a parceria com o poder público. Temos condições de trazer de volta a população em até dois anos.

Que mensagem gostaria de deixar para o taxista?

O taxista precisa se permitir mudar, entender o momento e enxergar o futuro. Se nós não entendermos que o passageiro quer inovação, vamos sucumbir.

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