Alcir Santos
A amizade é amor mútuo e recíproco entre dois amigos, e se um deixa de ser amigo acabou-se a amizade. – Padre Vieira
Ainda que um tanto resistente, 2018 já dá sinais de que se vai. Não foi um ano fácil. Escândalos, tragédias e atrocidades se sucederam e se multiplicaram, levando-nos a questionar se “humanidade” tem realmente aquele significado que nos ensinaram na escola, algo como benevolência, clemência, compaixão, respeito ao próximo, tolerância. Ainda assim, sempre resta algo que vale a pena celebrar. E é nesta linha de raciocínio que proponho celebrarmos uma das mais longevas e sagradas instituições que a humanidade conheceu, a amizade e, por via de consequência, os amigos. Sim, o mote de final de ano é, também, uma homenagem a esse espécime que já anda meio escasso na vida das pessoas, o amigo.
Agora, o tempo é de 2019, que chegará, como sempre acontece, carregado de esperanças, alimentando sonhos e ilusões. Afinal, é preciso crer na possibilidade de um tempo de sucessos e realizações. Então, proponho uma micro pausa na correria desabalada que nos cansa, nos consome e nos afasta. Feito isso, dediquemos alguns minutos à memória daqueles que já se foram e que um dia estiveram nas vidas de cada um de nós, marcando-as de forma indelével. Pensando neles, tocados pelas lembranças e pelas saudades, os olhos brilharão, as faces ostentarão sorrisos e, claro, lágrimas furtivas poderão correr. Afinal, eles garantiram que nunca estivéssemos sozinhos, parceiros e cúmplices nas boas e nas más horas.
Impossível, salvo para os ingratos, negar a importância dos amigos. Sem amigo, a vida não teria sentido. No parágrafo anterior o convite foi para rendemos homenagens aos que já se foram. Agora é a vez de dizermos aos amigos que estão por aí do quanto gostamos deles, de como foi mais leve e suave caminhar pela vida, sabendo que estavam ali, bem ao lado, ouvidos para filtrar tudo que se quis dizer, braços e ombros para abraçar, acolher e confortar e bocas de onde saem as palavras de incentivos, de admoestações, de consolo e do mais puro bem querer.
Enfim, aproveitemos as festas e corramos para os abraços. Abraços firmes, corações com corações, sorrisos nos lábios, olhos brilhando. Não. Não precisa dizer nada. Tá tudo dito. Corações e mentes dispensam palavras, porque sentimento é o que a palavra diz. É para sentir.