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Elucubrações Carnavalinas

Imagem: reprodução de Istock Imagem
Imagem: reprodução de Istock Imagem

 

Por Alcir Santos

 

Foi-se o Carnaval. O clima de intolerância, que é a tônica do momento neste País Tropical, continua por aí, espalhando desavença e acirrando ódios. Mas prefiro buscar arrimo em Carlinhos Lyra e Vinicius, cantando aqui baixinho: “Acabou nosso carnaval/Ninguém ouve cantar canções/Ninguém passa mais/Brincando feliz… Pelas ruas o que se vê/É uma gente que se vê/Que nem se sorri…”

 

Durante o último Carnaval, não importavam ao presidente da República pessoas famintas e doentes, crianças sem escolas, professores mal-remunerados e amedrontados, hospitais abandonados, milhões de desempregados. Não. Nada disso tinha relevância. Importava, isso sim, a moralidade, a preservação dos bons costumes, difundida pelas redes sociais num processo de execração pública.

 

Dentro do princípio de que é preciso, a qualquer custo, manter a moralidade, fez-se um alarde sobre práticas sexuais heterodoxas praticadas em público. E foi o que se viu. A reprimenda presidencial, atravessou oceanos e mereceu notas, algumas bem satíricas, dos principais órgãos de imprensa, inclusive do Velho Continente. Um desplante, total falta de pudor! E aí veio o melhor da história. A difusão do fato pelas redes sociais, redundou num curioso efeito colateral. De repente, de Roraima ao Rio Grande do Sul, da Paraíba ao Acre, aprendemos todos que existe uma prática sexual heterodoxa chamada “Chuva de Ouro”. Ficamos todos mais sabidos. Os mais pernósticos, quando é esse o tema, preferem ostentar o seu inglês, dizendo: o casal estava apenas praticando “golden shower”. É, saber dessas coisas inusitadas também é cultura¹.

 

E agora, qual será a novidade do tipo? Precisamos aumentar o nível de conhecimento, aprender. Mas é até possível que nosso líder dê uma pausa nesses temas porque já passou o Carnaval e o país, dizem os estudiosos e técnicos que sabem dessas coisas, vai de mal a pior. Ah, se de repente em vez de “golden shower”, caísse uma chuva de empregos ou, quem sabe, um tanto de comida nos pratos vazios, que felicidade!

 

Mas voltemos a Carlinhos e Vinicius, é mais alegre: “E, no entanto, é preciso cantar/Mais que nunca é preciso cantar/É preciso cantar e alegrar a cidade/A tristeza que a gente tem/Qualquer dia vai se acabar/Todos vão sorri/Voltou a esperança… E há tão grandes promessas de luz/Tanto amor para amar que a gente nem sabe.”

 

 

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