Por Conrado Matos
A saudade nos deixa um pouco sem graça por um tempo quando alguém que amamos nos larga para seguir o seu caminho. Mas, o mais gostoso é quando sabemos que tudo está dando certo. Todos nós precisamos partir um dia, abrir asas para um novo mundo – sair da dependência de outrem. O amor sem narcisismo nos permite a deixar o outro viver a sua independência. Continuaremos o amando, mesmo na sua falta. O amor é que fica. Em via de regras é deixar o outro viver com suas próprias asas. O amor sem narcisismo nos liberta e liberta quem o amamos.
Durante muitos anos, um filho permanece na dependência dos seus pais, conclui seus estudos e busca um lugar no mercado de trabalho. Com um tempo tem desejo de sair da sua ninhada e viver sozinho. Normal a sua atitude, porém, alguns pais despreparados não ficam satisfeitos com a sua saída e se aborrecem. São dependentes dos seus filhos e se negam a ficar sem eles. Algumas mães narcisistas se revoltam e, intolerantes de relações afetivas se despedem de uma maneira fria, provocando abruptamente a quebra do seu amor. Mães narcisistas só amam enquanto perdura o seu poder diante do seu filho. Quando o filhote deseja partir voo, ela impõe com autoritarismo.
Precisamos desafiar a falta dos nossos filhos. Eles têm que buscar pela sua felicidade. Ninguém é dono de ninguém. Nada vive para sempre conosco. O bom é aprender a lidar com a ausência do outro e o luto. Freud em suas obras psicanalíticas interpretou o quanto os seres humanos sofrem de angústia com um objeto perdido, ou seja, com um amor rompido. Um ente querido que fora embora ou morrera.
Quando perdemos alguém, a saudade e o luto vão existir naturalmente durante um tempo, porém, temos que superá-los um dia. Se não houver a libertação diante do objeto perdido, o luto está prosseguindo patológico. E quem estiver vivendo esta angústia, o único jeito é buscar por uma terapia para se resolver.
Conrado Matos – Psicanalista, Licenciado em Filosofia e Bacharel em Teologia.
E-mail: [email protected]
Respostas de 4
Parabéns,nós estamos acostumados so a ganhar e não a perder, neste caso não é perder, más sim tomar seu destino.
Parabéns pelo tema, muito bom.
Obrigado Licia pelo seu comentario. Abraço!
Parabéns pelo artigo! É gratificante ver os filhos capacitados para viverem independente. Quando isso acontece é porque houve uma ruptura sadia e necessária!