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Mulheres do 2 de Julho

Foto: Reprodução de www.destinosdabahia.com.br
Foto: Reprodução de www.destinosdabahia.com.br

 

Por Alcir Santos

 

Ainda o clima do 2 de Julho, cabe lembrar as mulheres cujas memórias a História guardou. Primeiro, Joana Angélica, Madre Superiora do Convento da Lapa que, em 19 de fevereiro de 1822, ao tentar impedir que a soldadesca invadisse o convento, foi morta a golpes de baioneta. Em razão da sua atitude, instalou-se entre os estudiosos uma divergência. Uns sustentam que teria sido uma heroína da fé; outros que foi bem mais, heroína do processo da independência. A dúvida tem um viés estratégico. Naquele momento as tropas portuguesas dominavam todo o centro da cidade, exceto o Convento da Lapa que dispunha de posição privilegiada, graças a ótima visão da parte baixa, da roça dos Barris, onde se homiziavam os brasileiros. Ao tentar impedi-los ela apenas defendia o convento ou também o ponto estratégico que poderia influir no resultado da contenda?

 

Outra é a mulher-soldado, Maria Quitéria de Jesus, que ao decidir se alistar adotou o sobrenome do cunhado, Medeiros. Travestida, conseguiu se incorporar e serviu com invulgar coragem e entusiasmo no Batalhão Voluntários do Príncipe, conhecidos pela alcunha de “periquitos” em razão da farda de golas e punhos em verde. Esse grupo de cachoeirenses tanto se destacou que, terminadas as lutas, foi incorporado ao Exército com o nome de Batalhão de Caçadores. Da heroína sabe-se apenas que teria sido, no Rio de Janeiro, condecorada pelo Imperador. Depois voltou a vida civil, casou, teve uma filha e morreu viúva, pobre, em alguma cidade do Recôncavo Baiano.

 

Talvez a mais interessante das três seja Maria Felipa de Oliveira. Liderando um grupo de quarenta mulheres, as “Vedetes da Praia” – Vedetes porque ficavam da praia vigiando a movimentação das tropas portuguesas cuja estratégia era tomar a Ilha de Itaparica e, assim, controlar a guerra na Baía de Todos os Santos.  Maria Felipa e suas lideradas atraíram os guardas do exército português e, depois de embebedá-los, desnudou-os. A seguir, aplicaram uma severa surra com ramas e folhas de cansanção. Completaram a “arte” ateando fogo em 42 embarcações das tropas de Madeira de Melo. Pouco se sabe dela, salvo que teria morrido em 1873.

 

Além disso, Felipa seria ela a temida capoeirista Maria Doze Homens e, também, Maria da Fé, de Viva o Povo Brasileiro, de João Ubaldo. Há quem afirme que Jorge Amado criou sua Rosa Palmeirão, de Mar Morto, inspirado em Maria Doze Homens. Histórias, histórias…

 

 

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