A Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) divulgou, nesta quarta-feira (18), um balanço otimista sobre a “Operação Transporte Clandestino”, realizada em dezembro. De acordo com a nota oficial, as ações resultaram em 283 veículos abordados, 40 autuações e 12 remoções nos principais terminais de Salvador, como o aeroporto, a rodoviária e o terminal do ferry boat.
Mas, para os taxistas que atuam diariamente nesses locais, a realidade está muito longe do que os números sugerem. Segundo eles, o transporte clandestino continua operando livremente, 24 horas por dia, aliciando passageiros e prejudicando o trabalho dos profissionais legalizados.
“Um teatro de operações pontuais”
Reginald Cohim, taxista que trabalha no aeroporto Luís Eduardo Magalhães, não poupou críticas à SSP-BA e às autoridades municipais:
“A situação é muito grave. Infelizmente, o aeroporto internacional de Salvador está abandonado. O transporte clandestino tomou conta. A SSP-BA faz operações pontuais, divulga números e a mídia reproduz sem checar a verdade dos fatos. Enquanto isso, nós, taxistas, sentimos na pele o descaso. Os motoristas clandestinos estão lá, todos os dias, aliciando e roubando os passageiros. É uma vergonha, mas parece que o governador Jerônimo Rodrigues e o prefeito Bruno Reis não se incomodam.”
Cohim ainda destacou a ausência de fiscalização efetiva por parte de órgãos como a Polícia Militar, a Transalvador, a Semob e a Coordenação de Táxi e Transportes Especiais (Cotae).
Operações ou marketing institucional?
A nota da SSP-BA é recebida pelos taxistas como mais uma tentativa de “jogar para a plateia”. O anúncio de operações pontuais, sem continuidade ou impacto real, é visto como um teatro para maquiar a falta de compromisso das autoridades com a resolução do problema.
E enquanto a SSP-BA tenta se gabar de números que soam irrelevantes para quem vive a realidade, os taxistas enfrentam a concorrência desleal de motoristas clandestinos que operam sem qualquer receio de fiscalização.
Ironia e cobrança
Se os clandestinos dominam o aeroporto e outros terminais, como a SSP-BA consegue apresentar números que sugerem sucesso? Será que as autoridades acreditam que 283 abordagens em um mês são suficientes para conter um problema que ocorre 24 horas por dia?
A pergunta que fica é: até quando o governador Jerônimo Rodrigues e o prefeito Bruno Reis vão ignorar essa situação? O descaso é tão evidente que as ações parecem mais voltadas para a construção de narrativas do que para resultados reais.
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Respostas de 3
o maior culpado são os próprios passageiros que vão atrás dos clandestinos, quando são roubados aí reclamam. em minha cidade quando oreciso,só uso táxi. são fiscalizados e tem taxímetro.
Bem pouco pra esses taxistas. cobram uma fortuna por uma corrida e ainda querem escolher, ficam abordando os passageiros na saída do aeroporto de forma mal educada e falam mal dos clandestinos. Os passageiros ficam se humilhando pra vcs fazerem uma corrida pro IBIS e vcs ñ querem, se ñ fossem os clandestinos para salvarem os passageiros….
Bom mesmo é Brasília que é capital e a farra do boi come solta pq existe gente que se beneficia com este caos.