Por Daniel Júnior — Trabalhar como taxista em cidades da Região Metropolitana do Recife é enfrentar dificuldades diariamente. O motivo é que as prefeituras, como as do Recife, Olinda e Paulista, que deveriam executar políticas públicas para beneficiar a categoria, acabam, na verdade, prejudicando ainda mais os permissionários e motoristas auxiliares que lutam para garantir o sustento de suas famílias.
Pautas essenciais, como a metropolização do táxi, reajuste da tarifa, fiscalização para combater motoristas clandestinos e a requalificação de pontos de táxi, não saem do papel. A falta de ações concretas por parte das administrações municipais tem criado um cenário de total desamparo para os profissionais que operam no setor.
Na capital pernambucana, a Prefeitura do Recife, por meio da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), presidida há 12 anos por Taciana Ferreira, se tornou um verdadeiro martírio para os taxistas. O órgão ignora os pedidos de reajuste tarifário para este ano e sequer abre espaço para debater o assunto. Sindicato e associações da categoria já tentaram diálogo, mas são tratados com desdém. Um gestor que permanece tanto tempo no cargo tende a relaxar, acomodar-se e, em alguns casos, negligenciar suas responsabilidades. É a famosa “zona de conforto”.
Seria bom para os taxistas se o prefeito do Recife, João Campos (PSB), tratasse o reajuste da tarifa com a mesma rapidez com que autorizou o aumento dos salários dos vereadores e secretários municipais no início deste ano.
No Brasil, cargos como o de Taciana Ferreira costumam ser preenchidos por indicação política, sem critérios técnicos claros. O objetivo, muitas vezes, é atender a interesses partidários, garantindo empregos para aliados e influência sobre a máquina pública. Mérito, eficiência e compromisso com o serviço prestado acabam ficando em segundo plano. Muitas vezes, os ocupantes desses cargos se sentem donos do posto e acreditam que a estrutura administrativa lhes pertence. Quem sofre com essa cultura são os cidadãos, que, em sua maioria, não percebem o impacto de suas escolhas eleitorais e a importância de cobrar mudanças.
O resultado dessa política atrasada é o que vemos todos os dias: um país subdesenvolvido, marcado por corrupção, criminalidade e desigualdade social. Enquanto uma minoria de privilegiados lucra com dinheiro do pagador de impostos, a população sofre com serviços precários e condições de trabalho cada vez piores.
Mas voltando à realidade dos taxistas: será que a resposta para essa situação está na força do voto da categoria?
Historicamente, os taxistas têm dificuldades em eleger representantes que realmente defendam seus interesses. Isso pode reforçar a ideia de que, embora a categoria faça barulho e proteste, ela não possui uma base eleitoral coesa e capaz de pressionar os políticos. Essa falta de unidade pode ser um dos motivos pelos quais o poder público não se preocupa em atender suas demandas.
Em Paulista, os taxistas que trabalham na principal feira do centro convivem com motoristas clandestinos que operam livremente no local e, em muitos casos, ainda fazem ameaças aos profissionais regulamentados. Apesar de reiteradas denúncias, a prefeitura de Ramos Santana (PSDB) segue inerte e não executa operações eficazes para coibir o transporte ilegal.
Segundo os permissionários e motoristas auxiliares, as autoridades municipais já sabem quem são os clandestinos e até possuem as placas dos veículos irregulares. Mesmo assim, nenhuma ação concreta foi tomada. O presidente do Sindicato dos Taxistas de Paulista, Pedro Paulo Torchia, informou que enviará um ofício à prefeitura cobrando providências urgentes.
Em Olinda, cidade que recebe grandes eventos no Centro de Convenções e em outros pontos turísticos, a situação é semelhante. Os taxistas enfrentam concorrência desleal de motoristas clandestinos, que atuam sem nenhuma fiscalização. Além disso, a forma como são escolhidos os taxistas que operam nos principais pontos comerciais da cidade é um mistério, sem transparência nos critérios de seleção. A Casa dos Taxistas de Pernambuco chegou a acionar o Ministério Público de Pernambuco para cobrar esclarecimentos da prefeitura sobre o assunto.
Esses casos em Pernambuco refletem uma realidade comum em diversas cidades do Brasil. A cada dia, os taxistas enfrentam desafios que vão desde a falta de fiscalização contra o transporte clandestino até a negligência das autoridades responsáveis.
Até quando a categoria aceitará ser prejudicada pela omissão do poder público? O silêncio e a inércia não podem ser opções. Está na hora de cobrar providências!
E você, taxista, já passou por uma situação parecida? Deixe seu comentário e compartilhe essa discussão com os colegas.
Daniel Júnior
Pernambucano, recifense e jornalista do Portal Ei, Táxi.
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Respostas de 9
O problema não será resolvido pelo poder público sem pressão. O silêncio e a inércia só alimentam a zona de conforto de gestores acomodados. A força do voto da categoria, somada à mobilização organizada e ações jurídicas e institucionais constantes, é o caminho para conquistar respeito e valorização.
A hora é agora: união, estratégia e ação coletiva!
Olá pessoal!! Bom dia!! Venho por meio deste jornal, esclarecer uma situação que só existe na nossa profissão, todas profissões tiverem seus conselhos de classes formados logo após a regulamentação da profissão, porém na profissão de taxista que foi regulamentada pela lei 12.468 em agosto de 2011 ficaram várias falhas e uma delas foi a não criação de um conselho de classe. não sei se foi por falta de interesse ou alguma desinformação por parte dos criadores da lei ou até por esquecimento mesmo. Só sei dizer que por causa da não criação deste conselho vimos a invasão de pessoas sem nenhum preparo prestarem os nossos serviços de maneiras desordenadas. Tivemos a invasão dos aplicativos e clandestinos por esse motivo virou um caos total, as prefeituras que seriam os responsáveis pela manutenção da ordem e da segurança dos trabalhadores taxistas, simplesmente cruzaram os braços e deram literalmente um tapa na cara dos trabalhadores taxistas. Infelizmente, eu particularmente não vejo nenhuma solução imediata que venha a solucionar os problemas na nossa profissão. Tornou-se uma verdadeira bagunça generalizada a nossa profissão e o único motivo disso tudo foi não criação do conselho de classe. todas profissões tiverem seus conselhos criados vou citar alguns exemplos: OAB (Advogados) CRO ( Odontologia) CRM (Medicina) e muitas outras profissões tiverem seus conselhos criados para si protegerem dos aproveitadores. MAS, A PROFISSÃO DE TAXISTA NECA DE PITIBIRIBA. Esta é a opinião do Taxista: Jorge Xavier de Oliveira
Itabuna Bahia Brasil.
Praça 47 Jequitibá Plaza Shopping
OLIVEIRA disse:
22/03/2025 às 07:50
Olá pessoal!! Bom dia!! Venho por meio deste jornal, esclarecer uma situação que só existe na nossa profissão, todas profissões tiveram seus conselhos de classes formados logo após a regulamentação da profissão, porém na profissão de taxista que foi regulamentada pela lei 12.468 em agosto de 2011 ficaram várias falhas e uma delas foi a não criação de um conselho de classe. não sei se foi por falta de interesse ou alguma desinformação por parte dos criadores da lei ou até mesmo por esquecimento. Só sei dizer que por causa da não criação deste conselho vimos a invasão de pessoas sem nenhum preparo prestarem os nossos serviços de maneiras desordenadas. Tivemos a invasão dos aplicativos e clandestinos por esse motivo virou um caos total, as prefeituras que seriam os responsáveis pela manutenção da ordem e da segurança dos trabalhadores taxistas, simplesmente cruzaram os braços e deram literalmente um tapa na cara dos trabalhadores taxistas infelizmente. Eu particularmente não vejo nenhuma solução imediata que venha a solucionar os problemas na nossa profissão. Tornou-se uma verdadeira bagunça generalizada a nossa profissão e o único motivo disso tudo foi a não criação do conselho de classe. todas profissões tiverem seus conselhos criados vou citar alguns exemplos: OAB (Advogados) CRO ( Odontologia) CRM (Medicina) e muitas outras profissões tiveram seus conselhos criados para si protegerem dos aproveitadores. MAS, A PROFISSÃO DE TAXISTA NECA DE PITIBIRIBA. Esta é a opinião do Taxista: Jorge Xavier de Oliveira
Itabuna Bahia Brasil.
Praça 47 Jequitibá Plaza Shopping
(Só pra corrigir alguns erros de grafias)
é lamentável nesses oito anos a prevaricação do poder público municipal com as plataformas de aplicativos dentro do país, e no estado de Pernambuco; os taxistas tem que estar unidos para dar um basta nesta situação, temos que eleger parlamentares comprometidos com a profissão do taxi dentro do estado de Pernambuco, para solucionar o problema do transporte público.
Será porque NÃO pagamos propina?
Porque somos corretos com impostos, taxas, regras e normas? Pois no Brasil, o errado está certo e o certo está errado. ♂️
Mas sou TAXISTA com orgulho de ser. Quero ver algum motorista de aplicativo dizer que tem orgulho.
é pode ser e mesmo se pagassemos não seria diferente sou taxista em João pessoa e os problemas sao iguais aos daí acho que do resto dos estudos como dói dito estamos abandonados pelo poder publico
infelizmente o poder público, é muito omisso , por ele ser assim , negligência com suas responsabilidades , nao respeitando uma categoria centenária.
Boa tarde pessoal a categoria de táxi é tão linda no Brasil cada taxista procurando cada vez mais melhorar é trocar de carro para que a frota fique cada vez mais nova para servir ao público brasileiro não vai e vem levando para lá e para cá os passageiros mas alguns setores públicos né só tem de acabar com a categoria colocando critérios que desanima e acaba com a vida do taxista taxista o transporte que leva as famílias desde o começo há muitos anos alguns setores públicos não olha isso infelizmente não olha com bons olhos para a categoria de táxi!
é pode ser e mesmo se pagassemos não seria diferente sou taxista em João pessoa nos aqui temos os mesmos problemas daí falta de reconhecimento do poder público total abandono da categoria infelizmente não podemos esperar muito acho que o que eles querem é acabar com a categoria de táxi no Brasil