“A Desenbahia não está aceitando que o titular faça a renegociação do contrato sem a intermediação das caixinhas e isso está prejudicando os taxistas”. Esta frase é do taxista Denis Paim que está acusando a Desenbahia de impedir a adesão, de forma individual, do taxista que deseje renegociar o contrato de financiamento do Protáxi.
Em julho, a Comissão dos Taxistas anunciou que a Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia) havia acatado o pedido da Comissão, possibilitando que as renegociações de contratos do Protáxi pudessem ser intermediadas por entidades de classe cadastradas no órgão. O objetivo era dar celeridade ao processo de renegociação, atendendo aos decretos de distanciamento social. (Veja Aqui)
Também nesta mesma matéria foi informado que apesar desta possibilidade de intermediação das entidades de classe, os taxistas poderiam aderir ao programa de suspensão de contratos, individualmente. Foi o que tentou o taxista Denis Paim, mas, como relata, foi impedido pela própria Desenbahia.
“Inicialmente, a renegociação solicitada pelo próprio taxista estava acontecendo. Eu mesmo consegui da primeira vez. Agora, não foi possível”, disse Denis. Segundo ele, a titular do seu alvará esteve na Desenbahia para fazer a renegociação do contrato e foi impedida com a alegação de que isto só seria possível através de uma entidade de classe. “Soube que as caixinhas estão cobrando pra levar a documentação de quem não é associado, porque não vão trabalhar de graça. Falei com o diretor Agenor Martinelli sobre isso e ele disse que não podia fazer nada, pois já havia feito um acordo com a Comissão dos Taxistas, ou seja, eles estão dificultando e prejudicando a vida dos taxistas. Como ficamos?”, denuncia Denis.
Ainda de acordo com o taxista, a Associação Geral dos Taxistas (AGT) foi impedida pelo órgão estadual de representar a categoria neste assunto, mas que novas caixinhas estariam sendo homologadas pela Desenbahia. “Tentei cadastrar a AGT e eles disseram que não estavam cadastrando nenhuma associação neste momento, nem me deram o formulário. Qual é o motivo de terem impedido a AGT? E por que estão cadastrado caixinhas que surgiram agora?
Sobre a denúncia de Denis em relação a existência de acordo com a Desenbahia para impedir a adesão individual do taxista ao programa, João Adorno, porta-voz da Comissão dos Taxistas, disse que: “vejo com estranheza essa denúncia, mas respeito. Em nenhum momento nós solicitamos isso à diretoria da Desenbahia. A gente não entra em nada disso aí. O que nós pedimos foi a nova data do dia 15 de março; o feirão pra quitar as prestações atrasadas; e que a suspensão do contrato fosse feita até dezembro. Nós pedimos à Desenbahia que as cooperativas fossem mais um canal de acesso para a suspensão de contrato e não o único canal. Fomos pedir por aqueles taxistas que têm dificuldade, que não podem se deslocar”.
Adorno também colocou que as caixinhas e cooperativas estão fazendo a intermediação com a Desenbahia sem custo, mesmo que o taxista não faça parte da entidade. “Pode ligar pra qualquer uma das caixinhas pra saber se eles estão cobrando. Posso te assegurar que as que conheço não estão cobrando nada”, concluiu.
Em apuração com diretores de caixinhas de seguro (pediram para não serem citados), todos negaram estarem cobrando algum valor do taxista para fazerem a intermediação no pedido de suspensão de contrato com a Desenbahia.
Entramos em contato com o Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Desenbahia, Agenor Martinelli Braga, para ouvi-lo sobre as denúncias de Denis Paim, mas até o fechamento desta matéria não obtivemos o retorno. Seguimos à disposição do órgão.
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