Transporte clandestino atuando, veículos particulares estacionados ou ocupando vagas de táxis e falta de sinalização em pontos oficiais são problemas corriqueiros no dia a dia de um taxista, especialmente em grandes cidades onde a estrutura operacional da prefeitura, normalmente, não supri a necessidade da demanda de ocorrências que acontecem no setor. Em Salvador, tanto a Associação Geral dos Taxistas (AGT) quanto profissionais que atuam em pontos da cidade têm relatado problemas deste tipo ao Ei Táxi. A Coordenação de Táxi e Transportes Especiais (Cotae) diz que faz ações de fiscalização constantemente, mas reconhece a dificuldade em acabar com esta realidade e alega também que as operações tiveram que ser reduzidas por conta dos decretos sanitários do município.
Não é de agora que os profissionais da praça, em Salvador, se queixam de clandestinos e veículos particulares estacionados em pontos de táxis. No Largo de Cajazeiras X, é comum carros particulares estacionados ou parados oferecendo o transporte clandestino, exatamente onde deveria estar um veículo regulamentado, no caso, o táxi. Quem costuma trazer, com frequência, esta situação é o presidente da AGT, Denis Paim, que normalmente faz vídeos cobrando das autoridades uma solução definitiva para isso.
A fila de táxi totalmente tomada de carro aqui na rótula de Cajazeiras. Precisa ser tomada uma providência mais severa referente a isso aqui. Tá difícil pra trabalhar”, reclama Denis. Ele lembra que já faz mais de dois anos que vem denunciando a situação para a Transalvador, “Já tive várias reuniões com Fabrizzio Muller [superintendente da Transalvador] e com o chefe de gabinete dele, mas até hoje nada”.
Em frente à Maternidade Climério de Oliveira, na Rua do Limoeiro, 137, em Nazaré, os veículos particulares estacionam nas vagas de táxis. É o que demonstram vídeos recebidos pelo WhatsApp do Ei Táxi.
A mesma situação acontece na rua Dr. Augusto Lopes Pontes, 455, em frente ao Condomínio Costa do Atlântico, no Costa Azul. O taxista Celso Vidal, alvará 4803, relata que motoristas particulares estacionam nas vagas diariamente.
Isso aí já acontece há dois anos, já denunciei ao 156, conforme o protocolo nº 2019016452849, mas ninguém resolveu até hoje”.
Celso ressalta que entrou em contato com o presidente da AGT, ano passado, e que logo após, a Cotae instalou a placa de sinalização do ponto, regulamentando quatro vagas, mas a Transalvador não fez a pintura das faixas, a sinalização horizontal. “Oito taxistas rodam naquele ponto e sem essas vagas, fica difícil trabalhar. Por conta dessa situação, é comum utilizarmos a área do condomínio como apoio para a categoria, já que nosso ponto vive ocupado”, conta.
O Ei Táxi levou as denúncias ao conhecimento do chefe da Cotae, Clemilton Santos, que respondeu que o órgão vem atuando no combate à clandestinidade, mas com o quadro de servidores reduzido por causa das medidas restritivas na cidade, o que também está afetando as operações.
Fazemos o que está ao nosso alcance, mas, infelizmente, o nosso cobertor é pequeno”.
Sobre os veículos estacionados em vagas de táxis, ele informou que uma viatura costuma passar na rua do Limoeiro, mas ressalta que não é possível ter uma viatura em todos os pontos o tempo todo, e que também seria necessária a conscientização das pessoas que insistem em estacionar nessas vagas.
Já sobre a denúncia do Costa Azul, feita pelo taxista Celso Vidal, Clemilton disse que vai reforçar o pedido da pintura das faixas juntamente à Gerência de Sinalização (Gesin), braço da Transalvador.
Vamos solicitar aqui, mas nada impede do taxista protocolar o pedido na Transalvador. Só lembro que precisa ter imagens”, explicou o chefe da Cotae.