Por Rodrigo Malveira
A demora para a finalização da regulamentação dos transportes por aplicativo no Recife não implica em problemas somente aos taxistas da capital pernambucana, mas gera consequências para outros municípios da RMR. Um deles é Igarassu, motoristas da cidade reclamam da falta de fiscalização aos carros que atendem as chamadas por app, a prefeitura, por sua vez, rebate alegando a espera pela lei que ainda segue em fase de credenciamento no Recife.
“A briga comercial é muito acirrada com os aplicativos. São nossos maiores inimigos e falta fiscalização séria e correta em relação a eles” conta Emmanuel Lira (TP-0016), apontando que na cidade não há lei para esses veículos circularem.
Taxista há 25 anos, ele ainda acrescenta que além dos aplicativos, as Kombis também dificultam o trabalho em Igarassu. “A Kombi invade o espaço do táxi que já é pequeno e um dos pontos que ela mais incomoda é o atacadão. As Kombis entram no estacionamento e chamam e o passageiro vai nela, porque há uma grande diferença no valor em relação ao que cobramos”, informa Emmanuel.
Ambos os casos já foram denunciados à prefeitura de acordo com o motorista, mas até agora ações não foram feitas. Grimaldy Simões, diretor de trânsito de Igarassu, no entanto, explica que no âmbito dos aplicativos o problema vai além das fronteiras municipais. “Tanto Igarassu quanto outras cidades estão esperando Recife concluir a implantação da lei para ver como vai ficar a taxa municipal”, diz. Ele ainda acrescenta que a lei federal obriga aplicativos a repassar um valor por viagem para a cidade e a implantação na capital ajudaria a dar uma diretriz de valores a serem cobrados. “O que a gente fiscaliza é ponto, eles não podem ficar estacionados como táxi. Se a gente pegar, é autuado por estacionar em local proibido e por transporte irregular”, complementa o representante da prefeitura.
Quanto as Kombis, Grimaldy informou que o município não pode atuar dentro do atacadão, por ser um estabelecimento privado, mas, fora dele, algumas medidas deverão ser realizadas. “Na parte externa será feita a pintura do meio fio e vão ser colocadas placas de proibido estacionar e parar”, garantiu.
Taxímetro
Apesar da exigência de taxímetros para cidades acima de 50 mil habitantes, conforme a Lei dos Taxistas (12.468/11), Igarassu segue a lei municipal 2.849/2014 que torna facultativo o uso do aparelho pelos taxistas, com eles podendo optar pela cobrança de valores pré-estabelecidos pelo município. Os motoristas da cidade, contudo, não veem problema nisso. “Geralmente quem não tem taxímetro são os taxistas mais velhos que não têm passageiros, mas clientes fixos e atuam mais como carros de aluguel”, relatou Emmanuel, que é um dos que possui o aferidor regularizado junto ao IPEM.