O taxista Paulo Santos Silva, alvará (A-6238), de 61 anos, foi vítima de latrocínio [roubo seguido de morte], no bairro da Sete Portas, em Salvador, na noite desta quinta-feira (21). Após roubar o celular do profissional, o assaltante tentou levar o veículo, como não conseguiu, tirou a vida do taxista aplicando-lhe golpes com uma barra de ferro. As primeiras notícias foram divulgadas pelo presidente da Associação Geral dos Taxistas (AGT), Denis Paim, que prestou apoio à família da vítima.
Segundo Denis Paim, Paulo estava mexendo no celular, encostado no táxi, um Corsa Classic, e o meliante apareceu anunciando o assalto. “Ele teria tentado correr, porque o assaltante também queria levar o veículo. Na tentativa de fuga, Paulo acabou caindo no chão e foi nesse momento que o criminoso tirou a sua vida dando-lhe golpes com uma barra de ferro em sua cabeça”, contou. Ainda de acordo com o taxista, pessoas que presenciaram o ocorrido acionaram a Polícia Militar, que só chegou uma hora após o crime, não dando tempo para socorrer a vítima.
O presidente da AGT tomou conhecimento do fato ainda na madrugada desta sexta-feira (22), e dirigiu-se até o Hospital Geral do Estado (HGE) onde confirmou que a vítima era, de fato, um taxista e que havia falecido.
Hoje pela manhã, Denis acompanhou a família até o Instituto Médico Legal (IML) e também conseguiu que a prefeitura assumisse os custos com o funeral. Paulo será enterrado no cemitério municipal de Brotas às 10h desse sábado (23). Por conta da pandemia, o velório segue as normas de distanciamento decretadas pelas autoridades sanitárias, permitindo a presença de apenas dez pessoas.
Paulo era taxista há cerca de 20 anos, costumava rodar no ponto em frente ao supermercado Rede Mix, na Sete Portas, normalmente, até mais tarde para atender aos comerciantes da área.
O crime que tirou a vida de Paulo amplia a triste estatística contra a classe na capital baiana. Somente este mês já são 3 taxistas mortos, 29 assaltados e 5 táxis levados de assalto, sem que as autoridades tomem providências concretas contra isso. Esses números apresentados pela Associação Geral dos Taxistas revelam que Salvador se tornou um dos lugares mais perigosos do país para trabalhar como motorista profissional. “Peço ao Dr. Mauricio Telles Barbosa, secretário de segurança pública do Estado, que investigue esse e outros crimes sofridos por taxistas em Salvador. Também vou pedir mais uma reunião com a SSP para que medidas sejam adotadas logo e o taxista consiga trabalhar em Salvador, porque a bandidagem tomou conta, de vez, da cidade”, cobrou Denis.