Queda nas contratações do programa revela o impacto do Uber na categoria de táxi da Bahia
A Agência de Fomento do Estado da Bahia estabelecerá sanções nas linhas de crédito às entidades de classe que apresentem inadimplência superior a 5% do saldo da carteira ativa e o Programa de Renovação da Frota de Táxis do Estado da Bahia (Protáxi) poderá ser afetado.
Através de um comunicado enviado recentemente para as associações, sindicatos e cooperativas de táxis, a Desenbahia informou que a concessão de crédito será dificultada em virtude da elevação da inadimplência que também ocorre no Protáxi.
As restrições serão adotadas de acordo com os seguintes percentuais: categorias que apresentem índices de 5 a 10% de inadimplência, só serão aprovados os clientes que já liquidaram uma operação na linha; de 10 a 15%, só serão aprovados os clientes bonificados; e acima de 15%, a categoria sofrerá suspensão temporária de novas solicitações até retroceder à faixa anterior.
Procurada pelo Ei, Táxi, a Agência não quis revelar qual é a taxa de inadimplência da categoria de táxi. De acordo com Gilberto Silva, presidente da Cooperativa Associativa de Assistência aos Taxistas (Coastaxi), a taxa média, hoje, é de 10,5%, enquanto que no passado girava em torno de 3,7%. “Iremos comunicar aos nossos associados que estejam nessa situação para que procurem o banco a fim de renegociarem as suas dívidas, e com isso evitarem que o banco tome o veículo. Diminuir o valor da parcela, aumentando o prazo pode ser uma solução encontrada”, conta Gilberto.
Através de sua assessoria, a Desenbahia apenas informou que “não houve mudanças no limite de financiamento para táxis”. A Chefe da Unidade de Relacionamento com Clientes (URC), Raquel Ferreira, esclareceu que “ocorreu durante um curto período, uma demora na aprovação em consequência das alterações que tiveram que ser implantadas no Protáxi devido à cobrança de seguro de companhias registradas na Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, por imposição legal do Tribunal de Contas do Estado (TCE)”.
De acordo com o site, o programa oferece as seguintes linhas de créditos: o veículo que custe até R$ 32 mil, o limite de financiamento é de R$ 25 mil; entre R$ 32 e R$ 40 mil o limite é de R$ 28 mil; e acima de R$ 40 mil o limite máximo é de R$ 35 mil, mas, este limite máximo de R$ 35 mil vale apenas para clientes fidelizados que foram bonificados. A taxa de juros que já foi de 10%, hoje é de 15% ao ano; o prazo de pagamento antes de 48 meses, agora é de 60, sem carência.
Criado no fim do governo de Antônio Carlos Magalhães, em 1994, o Protáxi completa 23 anos em 2017. Ao longo de sua história, o Programa tem ajudado a manter a frota de táxi baiana entre as mais modernas do país e contribuído para o desenvolvimento de milhares de famílias que dependem direta e indiretamente deste segmento do mercado. Porém, a chegada da Uber, de forma ilegal, sem que a população e as autoridades enxergassem as suas consequências, impactou sensivelmente no Protáxi.
2015 e 2016 foram os únicos anos da história do programa a revelar quedas nas contratações de crédito e, por conseguinte, no faturamento proveniente do setor de táxi. Ao que tudo indica 2017 não será diferente.
Num levantamento extraído dos balanços contábeis da Desenbahia, o Ei, Táxi apurou que em 2010, os financiamentos aprovados no Protáxi totalizaram R$ 28,8 milhões; Em 2011, as liberações passaram para R$ 36,39 milhões, um aumento de 39,45%; No ano de 2012, R$ 44,5 milhões foram aprovados, o que significou um crescimento na ordem de 22,6%; Em 2013, foram liberados R$ 48,46 milhões, um incremento de 8,8%; Em 2014, último ano da curva ascendente, foram liberados recursos na ordem de R$ 54,44 milhões, representando uma evolução de 12,34%; 2015, primeiro ano de queda, R$ 46,83 milhões foram aprovados, 13,98% a menos; já em 2016, o total negociado foi de R$ 34,52 milhões, o que representou 26,29% menor e a segunda queda consecutiva.
Enquanto o poder público continuar a postergar a resolução deste problema que se chama Uber e afins, não só existirão perdas significativas como famílias serão impactadas e terão a sua base de sustentação afedata.
Os taxistas que estão com atraso em suas parcelas, precisam, urgentemente, enfrentar o problema e renegociar com o banco, seja a Desenbahia ou outra instituição financeira. Buscar um profissional que possa avaliar a situação financeira da família e sugerir alternativas pode ser uma ajuda interessante.
Uma resposta
Só falta a lei do Brasil liberar o transporte clandestino de Avaliação ,
Eu vou aguardar , e vender o meu táxi e comprar um avião ,(será que a Aeronáutica quer vender aquele Avião quer está na frente do aeroporto de Salvador).
Já que a lei disse que todos tem o direito de trabalhar.