Dois meses após a operação conjunta da Secretaria de Turismo da Bahia (SETUR) e da VINCI Airports no Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães, a situação do transporte clandestino no terminal aéreo de Salvador permanece praticamente inalterada. A promessa de combate ao transporte irregular, destacada em placas de alerta e campanhas educativas, tem se mostrado insuficiente, segundo relatos de taxistas que operam no local, o que já se esperava.
O Portal Ei Táxi conversou com alguns taxistas para verificar se houve algum avanço concreto após a ação que gerou matérias como “Campanha contra transporte clandestino no aeroporto de Salvador contrasta com realidade nos terminais” e “Operação da SETUR contra transporte clandestino no aeroporto de Salvador: Combate real ou show político”, mas o cenário não é animador.
Um destes profissionais é Reginald Cohim, um taxista com histórico de luta contra os clandestinos. “Nada mudou, os ilegais continuam tomando conta do principal aeroporto da Bahia. De 21h até 5h da manhã, o aeroporto vira uma zona, transporte clandestino, bandidagem, prostituição, tráfico de drogas, tem de tudo e ninguém faz nada”, desabafou Cohim.
Operações ineficazes e campanhas sem impacto
Apesar da visibilidade dada à operação, as iniciativas parecem não ter ido além de um espetáculo político. “A SETUR e a VINCI até colocaram placas de sinalização para o passageiro tomar cuidado com o transporte clandestino, mas isso não surtiu efeito. Campanha educativa não resolve, o que é necessário são operações policiais e a punição judicial dos clandestinos”, afirmou Cohim.
A crítica é clara: não basta informar, é preciso agir. Para o taxista, apenas campanhas sem uma fiscalização rigorosa e ações efetivas de repressão não têm força para inibir a atuação dos clandestinos, que continuam dominando o aeroporto. O problema parece se agravar pela inércia das autoridades locais, que, segundo Cohim, preferem focar em penalizar os taxistas regulares do que combater o transporte irregular.
Omissão da Semob e falta de fiscalização
Além da ineficiência da SETUR, o taxista também denunciou a omissão da Prefeitura de Salvador, que, por meio da Secretaria de Mobilidade (Semob), deixa de cumprir suas responsabilidades no aeroporto. “A fiscalização deveria ser feita pela Semob, através da Cotae e da Transalvador, mas o secretário Fabrizzio Muller, o diretor Armando Yokoshiro e a coordenadora Luile Neves estão de braços cruzados”, acusou. Para Cohim, essa falta de ação só agrava a vida dos taxistas que operam legalmente no terminal.
A indignação do taxista é tão profunda que, segundo ele, foi bloqueado, no aplicativo de mensagens WhatsApp, pelo diretor de transporte da Semob, Armando Yokoshiro, após tentativas de diálogo sobre o problema. “Eu nem consigo mais falar diretamente com ele, porque me bloqueou”, relatou Cohim, destacando o isolamento e a falta de comunicação entre as autoridades responsáveis e os profissionais que dependem do serviço regulamentado.
Ministério Público também é alvo de críticas
Nem mesmo o Ministério Público da Bahia (MP-BA) escapou das críticas. De acordo com Cohim, o órgão, que deveria proteger o interesse coletivo, pouco tem feito para resolver o problema. “Esse Ministério Público da Bahia é uma vergonha, nunca resolveu nada, só conversa fiada e pose pra foto!”, disparou o taxista, refletindo a frustração dos profissionais que se sentem abandonados pelas autoridades.
Enquanto isso, o transporte clandestino continua a operar livremente no aeroporto, prejudicando tanto os taxistas regulares quanto os passageiros, que muitas vezes são expostos a serviços inseguros e de qualidade duvidosa.
Um futuro incerto
A situação no Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães permanece em um impasse. As operações da SETUR e da VINCI Airports, ao que tudo indica, foram meros gestos simbólicos, sem resultados concretos na redução do transporte clandestino. Os taxistas, como Reginald Cohim, continuam lutando contra a concorrência desleal, enquanto enfrentam a omissão das autoridades locais, que parecem não se comprometer com uma solução definitiva.
Uma resposta
Não é apenas o aeroporto de Salvador, toda a salvador e RMS, tem transporte clandestinos, sem fiscalização seja do Estado ou município. Os órgãos fiscalizadores são responsáveis por todo tipo de crime de trânsito e ou acidentes com os residentes e seus visitantes.
Temos os motoristas por aplicativo que até agora é a causa do transporte por coletivo em Salvador não ter ido ao caos total, outra grande ajuda são os amarelinhos, que ao meu ver, são subjugados, poderiam ter suas linhas alteradas para atender melhor principalmente onde as linhas diretas foram retiradas.
Pensem com razão meus gestores.