Por Conrado Matos
Por que têm pessoas que sofrem na busca da perfeição? Essa busca dogmática não me soa bem. Quem consegue ser perfeito completamente? Pois bem, na minha visão psicanalítica, ninguém é perfeito, e não chegará a ser perfeito. Todos nós temos o que chamamos “defeitos”. Não somos completos para nada, nem para relacionamentos e nem tão pouco profissionalmente. Tem um faltante que nos arrodeia a todo instante, um alheio real na nossa vida.
Para mim, um egoísta pode até em análise se libertar do seu orgulho, um egoísta patológico nunca deixará de ser egoísta, mas pode aprender a controlar e lidar com seu orgulho. O sadista nunca deixará de ser sadista, mas pode melhorar, e aprender a controlar seus instintos perversos. Ninguém nesse “mundo” é perfeito. Ninguém vive satisfeito plenamente. Acho que nunca esquecemos daquele dente que foi tirado, e de vez em quando roçamos a língua na gengiva.
A automotivação deve prevalecer em nossa vida. Dia a dia, o parafuso tem que ser lubrificado, para a mente não ficar preguiçosa, e os ferrugens viciosos não se alastrarem sobre nós. A automotivação parte de dentro de você, é seu principal combustível que dá partida em seu motor; é seu motor de arranque. As pessoas podem lhe dar também motivação. Mas, antes de tudo, você precisa primeiro da sua automotivação. Sem automotivação você não anda, e seu motor vira sucata. Então, recomeçar, coragem e ação, vai fazer muito bom para a autoestima.
Portanto, vivemos assim, desafiando a vida. Carregamos um fardo de problemas, mas devemos seguir em frente. Nunca desistir, mesmo com limitações não perdemos de vista a nossa automotivação. Nem tão perfeitos, nem tão imperfeitos, porém um pouco melhor, para continuar convivendo com esse objeto que escapa de nós, provocando decepções, perdas e frustrações.