O presidente da Associação Geral dos Taxistas (AGT), Denis Paim, conseguiu apurar que o homem preso, hoje à tarde (7), acusado de participar do crime que deixou três mortos na Praia de Jaguaribe, em Salvador, na última terça-feira (5), não é taxista cadastrado na Coordenação de Táxi e Transportes Especiais (COTAE), mas motorista clandestino que teria recebido o táxi da inventariante responsável pelo alvará (A-6419).
Segundo Denis, o autorizatário deste alvará faleceu há cerca de dois anos e sua filha tornou-se a inventariante, que reponde pela licença de táxi. O homem preso, hoje, conhecido como Alex, estaria rodando com o táxi há cerca de três meses, mesmo sem estar cadastrado na COTAE.
O presidente da AGT esteve no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), por volta das 16h10, desta quinta, e também ouviu de uma fonte, que foram encontrados oito aparelhos de celular com o homem preso nesta tarde.
“Os permissionários devem ter cuidado a quem entregam o carro, tem que ser um auxiliar cadastrado na COTAE. Só assim terão a certeza de que trata-se de uma pessoa sem antecedentes criminais, um cidadão de verdade, não um criminoso”, alerta Denis Paim.
Clemilton Almeida, chefe da Coordenação de Táxi e Transportes Especiais (COTAE), disse ao Ei Táxi, que ainda não pôde consultar no sistema do órgão mais informações a respeito do caso. Segundo ele, quando a notícia foi veiculada pela imprensa, não estava mais no órgão e por isso não sabe dizer a situação do alvará e do motorista. “Ainda não tenho maiores informações. Me parece que já tem um processo na SEMOB, que veio pra mim. Amanhã, vou levantar toda a ficha do veículo e teremos mais informações”, explicou Clemilton.
Entenda o Caso
Terça-feira (5)
Por volta das 15h desta terça-feira (5), banhistas se divertiam na Praia de Jaguaribe, em Salvador, quando um grupo de cinco homens armados invadiu a faixa de areia atirando. O alvo da ação era Lucas Santos da Cruz, 27 anos, que correu, mas foi alcançado e morto no local. A estudante de biomedicina na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Juliana Celina da Santana Silva Alcântara, 20, e o adolescente, Igor Oliveira Lima Filho, 16, que não tinham nenhum envolvimento com os criminosos, estavam na linha dos tiros e acabaram sendo atingidos e mortos.
A mãe de Juliana Celina estava na hora quando a filha foi baleada e passou mal, precisando ser socorrida e medicada. Um outro rapaz que estava na praia, André Luiz Cunha dos Santos, que também não tem envolvimento com a criminalidade, foi atingido e sobreviveu. Ele foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde passou por cirurgia.
Fonte: correio24horas.com.br
Quarta-feira (6)
Bandidos receberam R$ 30 e R$ 50 para transportar atiradores
Observar se havia blitz ou policiais na região, sinalizar a localização do alvo, aguardar a execução e ainda dar fuga aos assassinos. Essas eram as missões dos dois motociclistas que receberam R$ 30 e R$ 50, cada um, para ajudar os atiradores no crime da Praia de Jaguaribe, na tarde de terça-feira (5), quando três pessoas foram mortas e outras duas ficaram feridas.
A dupla foi presa no dia seguinte, nesta quarta-feira (6), após ser reconhecida com o auxílio de câmeras de segurança. As motos usadas no crime foram apreendidas pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pelas prisões. Ao todo, dois homens armados invadiram a praia.
Segundo a polícia, o alvo do ataque era Lucas Santos da Cruz, 27 anos. Ele ocupava um cargo de liderança da facção Bonde do Maluco (BDM) na Boca do Rio. Lucas era o gerente do traficante Claudomiro Santos Rocha Filho, o Nicão, morto numa emboscada por rivais em Patamares.
Os dois acusados presos nesta quarta, que não tiveram os nomes divulgados pela polícia, foram localizados no bairro de Valéria. Um deles tem, de 31 anos, tem três termos circunstanciados por posse de drogas.
“Eles admitiram a participação no crime. Narraram como tudo aconteceu, desde o momento que levaram os autores do crime à praia, até o momento da fuga. Eles também apontaram onde Lucas estava”, disse o diretor do DHPP, delegado José Bezerra, na manhã desta quinta-feira (7), ao lado do titular da Delegacia de Homicídios Múltiplos (DHM), delegado Odair Carneiro.
Eles foram pegos em casa. Além das motos, a polícia encontrou com os dois as roupas usadas no dia do crime e os capacetes. “Tudo isso será confrontado com as imagens das câmeras e depoimento de testemunhas. Mas, de antemão, os dois já confessaram e estão colaborando com a investigação”, pontuou Bezerra.
Ao delegado, eles disseram que não tinham contato com Lucas e que foram contratados apenas para levar e dar fuga aos assassinos. “Já temos pistas dos autores e estamos concentrados esforços para localizá-los”, declarou Bezerra.
O bairro de Valéria, onde os motoqueiros foram presos, é também área de atuação da facção Katiara. Perguntado se os dois têm ligação com o grupo criminoso, Bezerra negou. “Nas nossas investigações iniciais, não detectamos até agora a ligação deles com o grupo criminoso”, declarou.
Bezerra disse também que a morte de Lucas está associada a uma desavença antiga, com um grupo rival que também atua na Boca do Rio. Ao ser questionado se atiradores, que estão foragidos, fazem parte de alguma facção, Bezerra prefere manter sigilo. “Estamos ainda no ápice da investigação e, por isso, não podemos dar detalhes que podem comprometer o trabalho da polícia”.
Fonte: correio24horas.com.br/Bruno Wendel
Quinta-feira (7)
Polícia prende taxista envolvido em crime na Praia de Jaguaribe
Um terceiro envolvido no crime que deixou três mortos na Praia de Jaguaribe, na última terça-feira (5), foi preso pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na tarde desta quinta-feira (7).
O criminoso preso é o motorista do táxi utilizado para levar os dois atiradores até a praia e, depois, dar fuga a eles. Além dele, já foram presos também os motociclistas que foram ao local do crime momentos antes, para verificar se tinha alguma blitz ou presença de policiais nas redondezas.
Após a informação dos motociclistas de que a barra estava limpa, os dois atiradores chegaram de táxi ao local, que foi embora da praia e ficou esperando os bandidos em outro ponto. Após o tiroteio, os atiradores subiram nas duas motos dirigidas pelos capangas e fugiram de forma rápida, encontrando o táxi que os deixou mais à frente e usando o veículo para chegar ao destino que queriam.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, o táxi foi identificado através de imagens de câmeras de segurança. Com as imagens, os investigadores descobriram o número do táxi e o modelo do carro utilizado pelos criminosos, um Chevrolet Spin.
Uma campana foi montada na Avenida Vasco da Gama e, quando o motorista apareceu para entrar no táxi, foi preso. Em conversa inicial, o homem confessou que participou do crime. Ele já tem passagens por receptação de veículo roubado.
O criminoso e o veículo foram encaminhados para o DHPP.
Fonte: correio24horas.com.br/Bruno Wendel
Uma resposta
Um dos que tomou tiro e está internado chamado vitor é o braço direito de Lucas