E agora, como será a relação entre o taxista e o aplicativo?
A Secretaria da Administração da Bahia publicou, dia 26/2, no Diário Oficial do Estado (DOE), o resultado do pregão eletrônico nº 171/2018, que confirmou a vitória da empresa itMOV do Brasil Serviço de Tecnologia LTDA sobre a licitação do Táxigov baiano. A publicação ratifica o que havia sido antecipado pelo Ei, Táxi na edição passada. Agora, como se dará a relação entre a empresa e os taxistas de Salvador?
O contrato vencido pela itMOV, que prevê o “Agenciamento de Transporte Terrestre de Pessoas no Município do Salvador e Região Metropolitana, para Atendimento aos Diversos Órgãos e Entidades da Administração Pública Estadual Localizados no Centro Administrativo da Bahia”, será no valor de aproximadamente R$ 17 milhões/ano. A empresa venceu a disputa com o preço máximo (R$ 3,08/km).
O aplicativo precisará atender à demanda de 25 órgãos do CAB, 24 horas por dia, sete dias por semana. Além disso, terá que disponibilizar uma frota de no mínimo 220 veículos em bom estado de conservação e funcionamento, comprovado através de vistoria. Os veículos deverão ter, no máximo, cinco anos de uso, emplacados e regularizados junto ao órgão de trânsito do Estado da Bahia. Os motoristas deverão estar capacitados para exercer a função e devidamente habilitados e identificados.
A itMOV tem um trunfo em mãos que é o contrato a oferecer em corridas para o taxista. O que evidentemente é o que o taxista mais quer, corrida. O problema é que muitos taxistas são contrários a trabalharem em parceria com aplicativos que também se utilizem de veículos particulares. Apesar disso, a itMOV afirma que já possui cerca de 2 mil táxis cadastrados em sua plataforma, o que já garantiria, com folga, o atendimento ao contrato. A Associação Metropolitana de Taxistas (AMT) já fechou parceria com o aplicativo. A Associação Geral dos Taxistas (AGT), não.
Os dois últimos grandes eventos em Salvador, Réveillon e Carnaval, foram patrocinados pelo aplicativo que conseguiu acessos diferenciados para seus motoristas cadastrados, táxis e particulares. Isso gerou muita conversa entre os profissionais que se sentiram traídos pela prefeitura. Há aqueles que sustentem que foi uma ilegalidade, pois os aplicativos não estão regulamentados na cidade e, por isso, a prefeitura não poderia fechar esse convênio.
O fato é: o primeiro contrato do Táxigov da Bahia é da itMOV; muitos veículos particulares não atenderão às exigências do contrato como vida útil do carro e emplacamento no estado; a itMOV diz que tem uma das menores taxas de descontos sobre a corrida; e não há ainda em atividade no mercado um aplicativo de taxistas com o mesmo poderio financeiro para investimento em marketing e propaganda.
Diante deste cenário, o que o taxista fará?