Em uma nova reportagem exibida no último domingo (22), o programa Fantástico, da Rede Globo, revelou a atuação de criminosos que exploram o transporte clandestino de passageiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos, o mais movimentado do Brasil. Os chamados “arrastadores” aplicam golpes, ameaçam passageiros e intimidam motoristas legalizados, operando em um esquema que expõe falhas graves na fiscalização.
A operação dos criminosos
Os arrastadores se passam por motoristas de aplicativos ou oferecem corridas clandestinas diretamente nos terminais do aeroporto. Uma vez que a vítima aceita o transporte, os golpistas coagem os passageiros a pagar valores exorbitantes. Um exemplo citado na reportagem foi de uma corrida que deveria custar R$ 70, mas terminou em uma cobrança de R$ 4.999.
Além disso, o esquema envolve falsos seguranças e indivíduos que persuadem passageiros, especialmente estrangeiros, com promessas de transporte seguro. Imagens exclusivas obtidas pelo Fantástico mostram brigas e agressões contra motoristas legalizados que tentam denunciar o esquema.
Conivência e inação das autoridades
Apesar de denúncias constantes, inclusive por parte de taxistas que atuam legalmente nos terminais, as ações efetivas das autoridades são pontuais e insuficientes. A Prefeitura de Guarulhos informou que apreendeu mais de 120 veículos clandestinos em 2024, mas o problema persiste, mostrando que a repressão não acompanha a escala da operação criminosa.
A Polícia Civil e a PRF investigam o caso, e um relatório de 2021 já apontava a existência de uma organização criminosa com mais de 100 veículos irregulares, que movimentou cerca de R$ 3 milhões. Ainda assim, passageiros continuam alimentando essa rede criminosa, muitas vezes alegando desconhecimento.
Taxistas como vítimas
Os taxistas, que há anos denunciam a prática de transporte clandestino, também são alvos dos criminosos. Além de perderem passageiros para os golpistas, muitos sofrem ameaças e agressões ao tentarem expor o esquema.
A situação não se limita ao aeroporto de Guarulhos. Terminais em Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro e outras capitais, incluindo a capital federal, enfrentam problemas semelhantes, com a atuação de motoristas clandestinos sendo denunciada constantemente, mas sem respostas efetivas das autoridades locais, estaduais ou federais.
Reflexão sobre a responsabilidade coletiva
Enquanto o poder público falha em combater o problema, passageiros que optam por serviços clandestinos também contribuem para a perpetuação desse esquema. Ao buscar alternativas aparentemente mais baratas ou convenientes, muitos acabam caindo em golpes ou alimentando uma rede que prejudica motoristas regularizados e coloca em risco a segurança de todos.
A pergunta que fica é: até quando passageiros, taxistas e motoristas de aplicativos serão reféns da inação das autoridades e da conivência de parte da sociedade?
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