“Os quase 45 mil turistas que chegaram ao porto de Salvador através dos cruzeiros, entre o final de novembro e a primeira quinzena de dezembro, não aumentaram o número de corridas dos taxistas que trabalham na região” – contam à nossa redação os permissionários. Carros clandestinos, além das agências de turismo, absorvem quase todo o número de visitantes que chegam à capital baiana.
Genildo Barroso, taxista há 11 anos, acredita que não é viável ao profissional esperar a chegada dos turistas através dos navios devido à ação do transporte irregular, que costuma aliciar passageiros. “Hoje, os clandestinos comandam tudo. Se a gente chega e para, o fiscal quer notificar e não nos deixa encostar. Em relação às melhorias no Porto, para a gente não mudou nada”, reclamou.
“Acho uma humilhação o taxista precisar oferecer o serviço dele. Muitos ficam com cartazes; precisam abordar o passageiro. Por isso prefiro seguir em outro ponto e pegar o passageiro com mais tranqüilidade”, desabafa, Ronaldo Andrade, taxista há quatro anos. Ele diz que desistiu de trabalhar no porto.
Dos 14 navios que atracaram neste período, 13 seguiram viagem no mesmo dia. O pouco tempo de estadia atrapalha a interação com o turista, explica o permissionário, Mario Bento: “Quando pegamos o turista, ele tem um tempo reduzido e, por isso, faz viagens mais curtas, ou até seguem por conta própria para o pelourinho, que é aqui ao lado”.
Para outros, a ação no local pode render boas corridas. Anderson Oliveira, Taxista há 14 anos, diz que esperar a chegada dos navios ainda é vantajoso. “Acompanho a chegada dos navios através das tabelas publicadas pelo Ei, Táxi e consigo ampliar a minha carta de clientes”, comentou.
Sobre a ação dos clandestinos, a Coordenadoria de Táxi e Transportes Especiais (Cotae) diz que medidas estão sendo tomadas para combater o transporte irregular.