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AEROPORTO: Quem é o pai da criança?

Transalvador e PM ficam de prontidão mas não tocam nos clandestinos
Transalvador e PM ficam de prontidão mas não tocam nos clandestinos

Transporte clandestino toma conta do local e ninguém faz nada
Por ser o local que proporciona as corridas mais rentáveis aos taxistas, o aeroporto Luis Eduardo Magalhães tem sido nos últimos anos palco de disputas por clientes, troca de acusações e até tráfico de influência. Pelo visto, ninguém consegue pôr “ordem na casa” e o que não faltam são reclamações de todos os lados.

Taxistas do interior e da capital se queixam dos agentes da Transalvador e dos próprios colegas de cooperativas; cooperativas reclamam dos avulsos e da administração do aeroporto; a prefeitura aponta as obras inacabadas da Infraero, o mau comportamento de alguns taxistas e as próprias limitações de pessoal como fatores que problematizam ainda mais as questões; a Infraero, por sua vez, reclama de taxistas que querem estacionar na porta do aeroporto sem respeitar as regras e diz não ter conhecimento do envolvimento de funcionários com os clandestinos.

Nesse fogo cruzado, os únicos que não reclamam são os clandestinos, que continuam atuando sem muita preocupação com a fiscalização. “Eu rodo há 27 anos e nunca vi uma molequeira tão grande como está agora, de carro clandestino rodando aqui fazendo papel de táxi. Fiscalização vê, todo mundo vê, sabe e não faz nada. “Se a gente for procurar saber para poder autuar, o autuado somos nós, que anda todo certo aqui na fila”, protesta o taxista conhecido como “João do Pulo”.

Transporte clandestino: “Até os funcionários do aeroporto ajudam”, diz taxista

"Tem uma máfia no aeroporto", denuncia Alfredo Lima
“Tem uma máfia no aeroporto”, denuncia Alfredo Lima

Com 15 anos de praça, o taxista Alfredo Lima denuncia uma “máfia” que envolveria trabalhadores do aeroporto e clandestinos. “Tem funcionário lá dentro do aeroporto que leva os clientes na mão dos clandestinos. Já fui chamado, me disseram ‘você não quer pegar umas corridas particular? Você me dá 20 reais por fora’. De faxineiro ao pessoal da recepção, tá tudo metido nisso”, revolta-se. “Os órgão competentes estão de braços cruzados”, diz o taxista Ronaldo Souza.

Questionado sobre a denúncia de que funcionários aliciam clientes para os clandestinos e taxistas avulsos, a assessoria da INFRAERO disse que
“o aeroporto tem 6.500 funcionários credenciados, incluindo os terceirizados” e que “é preciso identificar essa pessoa e saber qual empresa ela está servindo. Se for identificado será afastado na mesma hora”, informou a assessoria.

Sobre o problema dos clandestinos o gerente da Getax afirma que a luta precisa de apoio do Governo do Estado. “Nós tínhamos um convênio com a Polícia Militar que realizava junto com a gente esse enfrentamento. Hoje isso é realizado apenas pela Transalvador e algumas ações a gente consegue com os policias do Pelotão Águia, através do tenente Cruz, mas não é uma coisa institucional”, diz Bruno Alves. “Já iniciamos o diálogo com o secretário de segurança pública, Maurício Barbosa, para que nos ajude neste enfrentamento, pois não é simples”, diz o gerente da Getax.

O comando da Polícia Militar informou por meio de nota que “a fiscalização de combate ao transporte clandestino é de responsabilidade da Prefeitura, através da Transalvador” e que “a Polícia Militar atua em apoio ao órgão municipal além de fazer o policiamento ostensivo no local, visando oferecer mais segurança a baianos e turistas”.

Já a Transalvador disse, por meio de sua assessoria, que um ofício foi enviado pelo secretário Municipal de Urbanismo e Transportes, Fabio Rios Mota, para a Secretaria de Segurança Pública (SSP), solicitando o apoio da Policia Militar, e que o secretário da SSP, Mauricio Teles Barbosa, comprometeu-se em criar um Grupo de Trabalho no Âmbito da Secretaria; ficando a Transalvador responsável por indicar dois (02) representantes para monitorar o resultado das ações de prevenção e repressão ao transporte clandestino.

O promotor Geder Luiz Rocha Gomes disse que o Ministério Público vai se reunir com a Secretaria de Segurança Pública esse mês, para articular um termo de cooperação técnica. “Vamos juntar todas as instituições em torno de uma ação concreta, sistêmica e constante contra o problema do transporte clandestino. Vamos estabelecer um planejamento estratégico, como fizemos em 2012”, disse. “Tais ações deveriam seguir naturalmente mas no final de 2013 pra cá ocorreu uma diminuição da atuação das instituições. Vemos que quando o MP não está a frente diminui o ritmo de trabalho”, constatou.

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“Existe erro de ambas as partes”, diz Bruno Alves

Agentes x Taxistas: “Existe erro de ambas as partes”, diz Bruno da Getax
A conflituosa relação entre agentes e taxistas também compõem o mosaico de intrigas e desavenças no aeroporto. Falta harmonia e sobram queixas de arbitrariedades, parcialidade e falta de bom senso dos agentes em relação ao tempo de espera de embarque do passageiro em frente ao aeroporto. “Somos marginalizados pela Getax e Transalvador. Eles não querem que a gente pare em hipótese alguma, enquanto que carro particular fica parado lá o tempo que quiser”, afirma o taxista Ronaldo Souza e Silva, o “Bronson”.

“Eu já fui multado no meu carro por que o cliente estava sem o cinto de segurança dentro da área de embarque. Isso é abusivo! Só no ano passado foi 2.500 reais de 3 multas, tudo dentro da área de embarque”, relata Alfredo Lima.
Apesar dos esforços da Getax no sentido de orientar os agentes e taxistas sobre o tempo permitido de parada em frente ao aeroporto, o gerente Bruno Alves admite que “existem erros de ambas as partes”. Segundo Bruno “o tempo de embarque e desembarque é o tempo suficiente para o usuário entrar com sua bagagem no veículo e sair com segurança”, explica.

“O que acontece é que muitas vezes o taxista leva um passageiro até o aeroporto e em vez de desembarcá-lo e sair, fica no aguardo de outro passageiro para não voltar vazio. Nesse momento o grupo que trabalha no aeroporto chama nosso agente, porque acha que está sendo quebrado por aquele taxista, que deveria se deslocar vazio ou ir para a fila. Esse é um problema interno, existe uma desunião entre os taxistas, o que acaba maximizando esse problema”, pontua Alves.
Sobre as queixas de abuso de poder e erros por parte de fiscais o gerente da Getax recomenda que os taxistas formalizem a denúncia. “Se ele se sentir lesado tem que vir a Getax fazer a reclamação por escrito. Existe uma comissão na Transalvador que irá fazer esse julgamento. A categoria tem representantes nessa comissão que participam desse julgamento”, explica Alves.

Taxistas da RMS pedem vagas para aguardar clientes agendados
Os taxistas da região metropolitana de Salvador que vem ao aeroporto buscar clientes de suas respectivas cidades queixam-se da ausência de vagas para estacionar e de intransigência dos fiscais. “Antes da reforma do aeroporto tinha 5 vagas pra RMS e as mesmas foram extintas. Liberaram o local e 30 minutos para as vans; e para gente nada. Existe uma área vazia que antes usávamos, mas eles colocaram correntes e encheram de sucatas”, diz o taxista de Camaçari, Orlando José Alves Barbosa, 34 anos de praça. Sobre as vagas para o interior o gerente da Getax rebate, “não tem e não tem que ter. O aeroporto é do município de Salvador, só os táxis de Salvador podem pegar usuários lá. De qualquer forma além do estacionamento rotativo, que ele pode ficar até 10 minutos, existe uma área na entrada do aeroporto, onde ficava a Localiza, na qual são disponibilizadas 15 vagas para os táxis aguardarem o passageiro e subir na hora do embarque”, explica Bruno.

INFRAERO: Obras inacabadas da Copa prejudicam taxistas
Para o gerente da Getax o atraso das obras da Copa que se arrastam até hoje colaboram para aumentar ainda mais os problemas dos taxistas avulsos. “Você tem a fila do táxi comum que fica a esquerda da faixa e o tapume escondendo. Muitas vezes a pessoa desembarca e não enxerga o táxi comum”, explica. “Minha irmã mesmo, quando veio de Brasília, ficou aguardando um táxi comum passar porque ela não estava enxergando a fila, e acabou pegando o táxi especial”, diz Bruno Alves. “Já tivemos reuniões anteriores, até mesmo no período da Copa do Mundo, e foi dito pra gente que aquela obra estaria concluída, pelo menos a fachada do aeroporto, antes da Copa. Aquele tapume está prejudicando os taxistas, mas infelizmente eu não tenho força nem poder para intervir numa área de responsabilidade da INFRAERO”, explica Bruno

Qual é a solução?
Está claro que a união de todos, Infraero, Prefeitura, taxistas e Polícia Militar, é a única solução para enfrentar o problema do transporte clandestino. Enquanto ficar esse jogo de empurra-empurra o clandestino continuará sorrindo à medida que o taxista paga altos impostos e deixa de faturar. É obrigação do poder público resolver essa situação, e o taxista precisa urgentemente de um sindicato forte e atuante para pressionar as autoridades. Outra ajuda seria convocar os deputados membros da frente parlamentar, que se diz comprometida com a classe, para que estes levem o caso ao Congresso e cobrem dos políticos uma solução.

Não é admissível que obras que deveriam ser concluídas na Copa continuem se arrastando sem previsão de término enquanto o tapume prejudica a visibilidade da fila dos taxistas de rua, que é o elo mais fraco dessa corrente.
É hora também de os taxistas exigirem mais respeito por parte de alguns agentes da Transalvador, que de forma abusiva tem agido com dois pesos e duas medidas, sendo extremamente rigorosos e autoritários com o taxista trabalhador, pagador de impostos e pai de família, ao tempo que demonstram medo e falta de poder contra os clandestinos.

O prefeito ACM Neto deve tomar uma atitude em relação aos problemas citados nessa reportagem, destacando policiais da Guarda Municipal para apoiarem a fiscalização dos clandestinos e convocando o Secretário de Segurança Pública para integrar uma força-tarefa que pelo menos reduza a farra dos clandestinos no aeroporto. Também é preciso que a Transalvador e a Getax fiscalizem e reciclem seus agentes.

O taxista “esperto” precisa ser mais responsável e pensar na categoria. Furar fila, ficar “taxiando” onde não deve e apenas exigir seus direitos, sem cumprir com os seus deveres, só faz enfraquecer a classe. Conhecer mais seus direitos e formalizar por escrito as denúncias de abuso de poder por parte destes agentes é fundamental para todos, principalmente enquanto a classe continuar sen

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