O mês de dezembro é o período em que o taxista tem o direito de transportar os passageiros aplicando a tarifa na Bandeira 2. Entretanto, após o surgimento da Uber, os taxistas foram perdendo esse direito. E não porque as prefeituras retiraram, mas porque a realidade do mercado mudou e muitos não conseguem mais aplicar a tarifa com o reajuste.
Os aplicativos, que fazem a intermediação para veículos particulares oferecerem o mesmo serviço que o táxi, entraram sem pedir licença e aproveitaram-se do momento de crise nacional onde milhões estão desempregados. O Brasil foi um “prato cheio” para os Apps.
Em reunião na Secretaria de Mobilidade (Semob), um grupo de taxistas chegou à conclusão de que a cobrança da tarifa pela Bandeira 2, em dezembro, deve ser facultativa. Apesar desta elogiável iniciativa, qualquer decisão diferente desta não teria valor e mesmo que a prefeitura baixasse uma portaria impedindo que algum taxista aplicasse a Bandeira 2, em dezembro, qualquer profissional poderia recorrer à justiça contra essa decisão. Ademais, a prefeitura não iria se desgastar com isso, até porque o reajuste é opcional.
Então, as perguntas a serem feitas são: Se já está difícil trabalhar com a tarifa na Bandeira 1, cabe trabalhar com a tarifa na Bandeira 2, em dezembro? O cliente estará com mais dinheiro no bolso?
O que aconteceu com a tarifa do táxi não foi perda de direitos. O que houve foi que o brasileiro está numa situação de horror e muitos substituíram o serviço por outras opções como o metrô. Não bastasse a crise, o surgimento do concorrente, que jogou o preço do serviço no chão, arrebentou literalmente com o faturamento do taxista.
Citar os aumentos de combustíveis ou os aumentos em praticamente todos os produtos seria redundante. O que talvez o taxista ainda não tenha enxergado é que ele vende serviço e, neste caso, vários segmentos do setor de serviço estão encontrando dificuldades para reajustar os preços. Pior, não só não reajustam como ainda abaixam os preços para não perderem a venda para o concorrente.
É preciso que o taxista faça uma análise como um estrategista de mercado. Avaliar se é melhor rodar menos com a tarifa cheia (se terá cliente disposto a pagar) ou rodar mais com a tarifa reduzida e ganhar no volume.