Sem ações de publicidade, a situação do Aplicativo TAXI.RIO, desenvolvido pela prefeitura do Rio de Janeiro, põe em xeque se o modelo é o ideal para o setor de táxi. Há praticamente um ano sem atualização, plataforma apresenta falhas constantemente e é alvo de queixas de usuários e taxistas. Projeto que é desejado por taxistas de outros estados, o TAXI.RIO CIDADES não consegue ser exportado para outros municípios. Ainda acreditando no projeto, taxistas se unem em “vaquinha” para divulgar o TAXI.RIO na mídia.
Lançado em 3 de novembro de 2017, o aplicativo TAXI.RIO surgiu como uma grande esperança tanto para os taxistas cariocas quanto para seus pares de outros estados, pois nascia ali a alternativa defendida por muitos, talvez a maioria, um App de chamada de corridas de táxi da própria gestão pública. Passados quase quatro anos, o TAXI.RIO demonstra que a alternativa defendida por muitos está em xeque. Sem investimento investimento público em campanhas publicitárias, o aplicativo ainda é desconhecido dentro da própria capital fluminense. Não se vê grandes ações de marketing para divulgar a plataforma, exceto em eventos específicos como o carnaval. A divulgação tem sido feita através de souvenirs como adesivos, máscaras ou camisas e, principalmente, de boca em boca via a própria categoria.
Com mais de 500 mil downloads, somente na Play Store [loja de aplicativos do Google], o TAXI.RIO está distante dos concorrentes privados que tem a partir de 50 milhões de downloads, mas mostra-se como uma ferramenta que pode dar certo. O problema é que a plataforma está sem atualizações desde o dia 24 de julho de 2020, um sinal de que está abandonada. Entre os usuários, a avaliação do TAXI.RIO é de 3,8 estrelas, também abaixo dos concorrentes como inDriver (4,7 estrelas), Uber (4,4 estrelas) e 99 (4,1 estrelas). Nos comentários há queixas em relação à problemas técnicos e de conduta dos taxistas. Impossibilidade de verificação de e-mail, dificuldade para cadastro de cartão, instabilidade, falta de histórico das corridas e erro de mapa são algumas das falhas apontadas. Sobre o taxista, as reclamações são em relação à demora do táxi, mudança de trajetos e cancelamentos. Também existem elogios tanto ao TAXI.RIO quanto aos profissionais. Fala-se de bom atendimento, rapidez, preço justo e conhecimento da cidade.
Visando expandir o projeto e a marca da cidade, a prefeitura lançou em seguida o TAXI.RIO CIDADES, a versão de exportação do TAXI.RIO. Esse anúncio deixou muitos taxistas empolgados Brasil afora, porque viram o projeto como a melhor alternativa para o setor. Parecia que o “rio estava correndo pro mar”, só que não! Se o projeto interno anda com dificuldades, o de exportação se torna uma interrogação. A prova disso é que o TAXI.RIO CIDADES ainda não tem nenhum contrato com outras prefeituras.
Preocupados com a situação, os taxistas resolveram arregaçar as mangas e partiram para as ações práticas já que o poder público não se mexe. Apoiado por profissionais de marketing, os taxistas criaram um grupo no Facebook, chamado Taxi Rio Marketing e Soluções, e estão realizando “vaquinhas” para arrecadar dinheiro e assim divulgarem o TAXI.RIO. Cada motorista ajuda com R$30. Após a ação, já foi possível veicular um anúncio do aplicativo numa das rádios FMs da cidade. “Temos um projeto que é uma carta na manga, tentativa de expansão de publicidade do TAXI.RIO na grande mídia, através de programas de TV, rádio, transporte público. Nossa mídia, como sabem, acaba sendo vocês com blusas, máscaras. Nós estamos expandindo os negócios. Pra isso, nós contamos com a ajuda de vocês durante três meses, com R$10, somente, dando um total de R$30. Vai trazer retorno pra toda a categoria, os projetos são grandes, mas a gente precisa que vocês façam parte desse projeto com a gente, porque uma andorinha só não faz verão”, diz Ana Carolina da equipe Taxi Rio Marketing e Soluções num vídeo postado nas redes sociais.
O PROJETO
O TAXI.RIO é um programa da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (PCRJ) com gestão da Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) e desenvolvido pela Empresa Municipal de Informática (IPLANRIO). O programa consiste nos aplicativos para passageiro e taxista, para a gestão do serviço e integração com outros sistemas de infraestrutura da prefeitura. Além disso, o programa tem objetivo de fornecer como serviço público, uma alternativa para modernizar o setor de táxi do Rio de Janeiro, considerando as realidades atuais, tecnológica e de mercado. A adesão ao programa pelo taxista é facultativa e ele não paga nenhuma tarifa pelo aplicativo. O objetivo final é estimular a qualidade do conjunto do serviço de táxi para a população. O TAXI.RIO CIDADES é o aplicativo de exportação da Prefeitura do Rio de Janeiro, que pode ser contratado por qualquer cidade brasileira.
Respostas de 3
Expressão “modelo público” produz diversas interpretações subjetivas. É necessário ser objetivo nas frases usadas na profissão de taxista devido que maioria dos taxistas no Brasil estarem com nível fundamental incompleto.
Prezado, Paulo Silva.
A expressão “modelo público” nessa chamada refere-se ao aplicativo e não ao sistema de táxi. Além disso, num título não dá pra se estender tanto como no texto, que é possível explicar com mais detalhe.
Obrigado pela sua participação!
Sou presidente do Sindicato dos taxistas de BsB, tentamos por anos que o GDF (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, fizesse aqui tambem um app público de corridas de táxis ou buscasse o táxi rio, chegaram a ir ao Rio de Janeiro conversaram com IPLAN RIO e não trouxeram uma solução.
Na reunião de volta em Brasília o GDF nós explicou que um app público engessaria a categoria, pois o estado é sempre lento, burocrático, uma simples atualização de que a categoria necessitasse no app poderia levar anos, portaria , projeto de lei ou até mesmo licitação, as propraganda do app seria outro problema tendo em vista que seria nescessário um gasto nesse investimento e precisaria de estudo de impacto econômico, gastos para o estado…..
Agora minha opinião , penso que devemos deixar de querer que o estado nos corregue nas costas, precisamos nós mesmos fazermos nossas proprolagandas etc.