Por Helton Carlucho
A partir de 2022, todos os táxis precisarão se adequar ao novo padrão de instalação de taxímetros, de acordo com o estabelecido na Portaria 338/2019 do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Segundo o órgão, a mudança é necessária por motivos de segurança.
O novo formato, que possui sensores transdutores próprios, com o uso de cinta magnética fixada ao eixo dianteiro do veículo e ligações por meio de módulo de inspeção, custa R$ 450,00, cerca de R$ 250 mais caro que o atual. Isso tem gerado reclamações da categoria.
Para o taxista de Salvador Wellington Evangelista (A-5433) qualquer custo extra é negativo para a classe. “A gente já vem passando dificuldades com a Uber, que veio nos destruir, e tomou cerca de 60% do mercado. Não é justo mais essa invenção”, reclama. Para ele, os órgãos deviam se preocupar com o transporte por aplicativos, que não tem nenhum tipo de fiscalização. “Já passou da hora de cobrar alguma coisa deles”, alerta.
Antônio dos Santos (A-6239), também de Salvador, concorda com o pensamento do colega, mas acha que é importante cumprir a determinação. “O taxista hoje está passando necessidade, nada que aumente o nosso custo será legal. Mas se é uma norma, não podemos fazer nada”, diz.
Profissional de Lauro de Freitas, Antônio Cerqueira (A-0040), também não aprova o gasto, mas entende que o sistema traz mais segurança para o motorista e o passageiro. “Se é uma mudança para melhor, temos que acatar”, comenta. Ele acha razoável o prazo de dois anos para fazer a mudança.
Dinaldo Cunha (A-3930) considera a medida um benefício para o passageiro. “Vai ser um custo maior, mas que vai apresentar resultados. O passageiro não vai se sentir lesado, não vai mais haver fraudes. Para mim é excelente”, explica.
Já Paulo Freire (A-5903) diz ser injusto onerar ainda mais o taxista. “Na nossa atual situação, qualquer gasto a mais atrapalha. Para ganhar algum dinheiro hoje, está muito difícil. Estou aqui desde as 5h da manhã e não fiz nenhuma corrida”, revela o motorista que atua no Hangar Business Park.
A adequação ao sistema antes de 2022 é obrigatória em caso de renovação do veículo ou necessidade de reparo no taxímetro. Mas há exceções. As oficinas que possuírem unidades do modelo antigo poderão comercializá-las.