Por Daniel Júnior
Salvador (BA) – A Associação Geral dos Taxistas (AGT) e a Associação Metropolitana dos Taxistas (AMT) farão enquetes para saber dos taxistas o que eles pensam sobre o uso da bandeira 2 no próximo mês e o reajuste da tarifa em 2021, conforme permite o regulamento. O último reajuste da tarifa ocorreu em 2016. De lá pra cá, considerando a previsão de inflação para 2020 (4%), caso não haja o reajuste, a categoria irá acumular uma perda de 21,3%. Este forte argumento encontra sérias barreiras, que são a crise instaurada pela pandemia da Covid-19 e a concorrência dos aplicativos de transporte que utilizam veículos particulares.
De acordo com o presidente da AGT, Denis Paim, a pesquisa de opinião começará nesta quinta-feira (26) a partir das 9h no ponto de táxi do Campo Grande e seguirá por dezenas de pontos espalhados por Salvador.
A Associação Metropolitana dos Taxistas (AMT) fará uma pesquisa no formato online para saber a opinião dos taxistas. De acordo com o presidente da AMT, Valdeilson Miguel, a partir da próxima terça-feira (1°) um link será enviado, via WhatsApp, onde os taxistas poderão votar. Ainda conforme Valdeilson, a pesquisa será online para evitar a disseminação do novo coronavírus.
Enquetes: Este será o 4° ano consecutivo que enquetes serão realizadas para ouvir a categoria.
2017: Após muita polêmica, uma consulta foi realizada pelo Sinditáxi através de abaixo-assinado (listas foram distribuídas nos pontos de táxis) e o resultado divulgado no dia 11 de janeiro. Entre os 1039 taxistas, que participaram do abaixo-assinado, autorizatários e auxiliares, cerca de 56%, 578 votos, escolheram o “Não”. (Veja Aqui)
2018: Mais uma vez, diversas listas foram entregues aos profissionais nos pontos de táxis, dessa vez, a pesquisa foi realizada pela AGT e pela Cooperativa Associativa de Assistência dos Taxistas – Coastaxi. De acordo com a lista da Coastaxi, 558 taxistas de pontos como rodoviária e Ferry Boat, participaram da enquete. Destes, 364, optaram pelo “Não”. A lista da Associação Geral dos Taxistas também revelou que a maioria dos participantes não queria o reajuste da tarifa. Os números foram: 1492 Não e 931 Sim. Assim, do total de 2981 taxistas que votaram nas enquetes das duas entidades, 62% escolheu o “Não” mais uma vez. (Veja Aqui)
2019: As pesquisas foram realizadas pela AGT e pela AMT. No levantamento da AGT, 60% dos 2.500 taxistas optaram pelo “Não”; Na pesquisa online da AMT, dos 1.740 taxistas consultados, 61,6% também foram contra ao reajuste da tarifa no ano passado. (Veja Aqui)
Reajuste
O reajuste da tarifa de táxi na capital baiana é baseado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano anterior, que é apurado e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O último reajuste na tarifa ocorreu em janeiro de 2016, quando o prefeito ACM Neto concedeu 10,48%, um pouco menos do que a inflação de 2015 (10,67%) (Veja Aqui). Nos anos de 2017, 2018 e 2019 não houve reajuste da tarifa a pedido da própria categoria, que tomou a decisão através de pesquisas, justificadas pelas seguidas crises econômicas e, principalmente, pela concorrência dos aplicativos que se utilizam de veículos particulares.
Se somarmos os índices de IPCA dos últimos anos sem reajuste da tarifa e incluirmos 2020 (2016 – 6,29% / 2017 – 2,95% / 2018 – 3,75% / 2019 – 4,31% / previsão para 2020 – 4%), teremos um acumulado de 21,3%.
Em Salvador, a bandeirada custa R$ 4,81; a bandeira 1 custa R$ 2,42 por km rodado; a bandeira 2, R$ 3,38; e a hora parada custa R$ 24,12.