Tive a honra de ser aluno de um dos maiores professores de comunicação que a Bahia já teve, Antônio Virgílio Sobrinho. E mais, fui privilegiado por sua especial atenção em me estimular no tema, em discutir a sua força e importância fundamental nas relações humanas e jogos de poder.
Nada me dá mais desespero do que não conseguir me comunicar, não me fazer entender, não compreender o que as pessoas estão dizendo. É uma terrível sensação de conversa de surdos para quem não é, de loucos para quem imagina não ser.
Assistindo perplexo o que a humanidade está fazendo com o planeta, o que os brasileiros estão fazendo com o Brasil, constato que, definitivamente, a comunicação é um desafio que muitos seres humanos não conseguiram superar, uma ferramenta poderosíssima, muitas vezes usada por alguns poucos para dominar a todos.
Todos falam, mas poucos entendem. A verdade passou a ser flexível e moldável. A realidade passou a ser alterada e descrita de acordo com as conveniências e interesses dos donos do poder como jamais esteve na história do país. Mentiras são repetidas à exaustão, não sendo suficientes os desmentidos, provas e atestados de fraudes e manipulações. O cinismo virou modelo de comportamento, para desespero dos que pensam, estudam, trabalham e buscam as respostas no conhecimento, na ciência e no saber.
Se até o século passado Comunicação era um grande desafio para a humanidade, hoje tornou-se uma barreira quase intransponível, que passa pela falência de valores caríssimos construídos pelas gerações passadas e ignorados pelos viventes do presente.
Em tempos de tecnologia de ponta, universo web, realidade virtual e redes sociais, poderosas mídias, a comunicação ficou complexa demais, especialmente para os que mal sabem ler, falar, escrever e pensar.
O velho guerreiro dizia: “Quem não se comunica, se trumbica”. Alguém hoje sabe ou quer pensar o que isso significa?
Se comunicação eficiente, linguagem, cultura, interpretação, respeito e fidedignidade aos fatos e à realidade são caminhos de liberdade de um povo, decididamente os brasileiros estão apostando em novas formas obscuras e perigosas de escravidão e submissão, de absurda dominação.
Antônio Carlos Aquino de Oliveira
Administrador, Consultor, Palestrante e Empresário do setor de publicidade