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Editorial: Motoristas particulares de aplicativos conseguirão fidelizar seus clientes e ter lucratividade em longo prazo?

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File de uberistas no aeroporto de Salvador – Foto: Divulgação

 

Muitos taxistas andam preocupados com o seu futuro na profissão, acreditam que não terão mais o mesmo volume de corridas, logo um faturamento que justifique todo o esforço que a profissão exige.

 

Não há dúvidas de que a realidade possivelmente não será mais a mesma, principalmente no quesito faturamento. A concorrência praticada por motoristas particulares de aplicativos como Uber, não será o único fator, existirão outros. A extensão da crise econômica nacional e os investimentos em transporte de massa em capitais como Salvador também impactarão no futuro breve da categoria.

 

Apesar deste cenário desafiador, é preciso levar em conta um aspecto complicado para os motoristas destes aplicativos. A dificuldade em fidelizar o cliente e gerar lucratividade que sustente o negócio em longo prazo.

 

Não se viu até o momento, nenhum comparativo entre o modelo de negócio destes aplicativos e os sites de compras coletivas. Entretanto, é exatamente o que a Uber e outros têm feito com os motoristas e seus clientes, pelo menos na relação de comissionamento e consumo.

 

Num site de compra coletiva, a empresa que concorda em promover algum serviço ou produto, aceita que o site estabeleça o preço da oferta que geralmente é baixo, concorda com a comissão definida pelo site, aposta no público-alvo identificado para a promoção e aguarda o prazo de recebimento da sua parte. Todo o controle está nas mãos do site e a empresa deverá se preparar para atender aos clientes que surgirão.

 

Nestes aplicativos, a sequência é bastante parecida se não for idêntica. É provável que seus idealizadores tenham planejado um negócio baseado na experiência dos sites de compras coletivas.

 

E a tal dificuldade em fidelizar? Onde entra nessa história?

 

É simples. Pergunte a qualquer empresário que utiliza sites de compras coletivas para vender seus produtos. É possível que as respostas sejam as mesmas, estes sites não geram clientes fieis, muito menos geram lucros.

 

Trata-se de mais um canal de promoção e venda do que uma fonte de receita, portanto, investimento. As condições são inviáveis para que se mantenha uma promoção desta por um longo período, o impacto nas contas seria significativo.

 

A segunda conclusão que o empresário tira deste investimento é quanto ao perfil desse cliente. Um cliente que, provavelmente, só comprou por conta do preço. Ele compra o produto/serviço, consome e vai embora. Dificilmente consome outros produtos existentes na empresa, pois sabe que poderá encontrá-los no próprio site de compras coletivas numa condição mais favorável.

 

Enfim, se a lógica for a mesma, os motoristas particulares de aplicativos terão que ter bastante fôlego financeiro pra sustentar essa relação e seus resultados.

 

 

 

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