Os taxistas têm realizado seguidos protestos contra a atuação do aplicativo Uber em Salvador. Carreatas e concentrações têm sido as maneiras escolhidas pela categoria. A Av. Paralela, especificamente o Centro Administrativo da Bahia (CAB), endereço do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), foi a região preferida como destino. Enquanto os protestos aumentam, a adesão de taxistas diminui. À frente destes recentes movimentos está a Associação Geral dos Taxistas (AGT) sob a liderança de seu presidente, Ademilton Paim, conhecido como Denis.
Somente entre os meses de maio e junho deste ano, aconteceram três manifestações de taxistas na capital baiana. As carreatas saíram do Bonocô e Iguatemi e seguiram para a região da Av. Paralela. Recentemente, outro local passou a ser alvo dos protestos, a região do Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães, um dos principais portais de entrada da cidade.
Os taxistas compreendem que saindo desses pontos chamam a atenção da sociedade e das autoridades. Eles sabem dos riscos de desgastes, mas acham que a situação deles requer essas ações, mesmo correndo riscos.
É possível notar dois fatos depois destas ações dos taxistas. O número de táxis participantes diminui a cada movimento, mas por outro lado, a imagem da AGT, especialmente de seu líder, Denis, cresce. E o que explica estes acontecimentos? O Ei, Táxi ouviu o presidente da AGT, para tentar entender o porquê.
Para Denis, a diminuição do número de táxis nos movimentos é causada pela equivocada disputa interna que divide a classe. “Tem gente por aí que está apagada, que sempre falou mal do próprio taxista e não quer vê as coisas darem certo. Acaba fazendo a cabeça de alguns colegas. Pra mim, é isso que acontece”, explicou. Contrapondo a isso, para ele, “as recentes manifestações mexeram com a consciência do taxista e, de certa forma, trouxe-lhe mais confiança para os próximos passos. Vem daí a ascensão da AGT”.
Sobre o risco de desgaste de imagem com a população, Denis acredita que muitos têm passado a entender o lado do taxista e com isso compreendido o direito à reinvindicação da classe. Ele exemplifica este apoio do cidadão com a atuação da Polícia Militar e dos agentes da Transalvador e da Coordenação de Táxi e Transportes Especiais (Cotae) que têm acolhido às solicitações da associação para organizarem o trânsito. “Hoje, temos que agradecer muito a esses servidores que nos apoiam, sem eles não seria possível fazer uma carreata organizada”, pontua Denis.
Outro destaque do taxista foi para o papel da imprensa. “Hoje, a imprensa baiana tem feito um belo trabalho, de forma imparcial, mostrando, inclusive, o mal que a falta de regulamentação destes aplicativos causa ao passageiro com insegurança, motoristas despreparados e veículos inadequados para o serviço”.
“É por conta disso tudo que vem acontecendo, que precisamos de união, principalmente para mostrarmos força onde as decisões são tomadas, no Congresso”, revela Paim que tem viajado, constantemente para a capital federal para participar de encontros com outros representantes de diversos estados.