Vamos ser solidários

Por Conrado Matos

Eu fico pensando como algumas pessoas estão faltando com a solidariedade. Você toma uma queda na rua e ao invés das pessoas procurarem lhe ajudar, simplesmente, elas ficam olhando você levantar. Um idoso entra em um ônibus ou metrô com uma sacola na mão e você não dar o lugar. Ou será que ele tem que pedir para sentar no lugar, o qual está no direito da prioridade? As pessoas perderam o senso do que é compartilhar com os que estão precisando de ajuda. Às vezes, não podendo ceder ajuda com dinheiro, pelo menos colabora com uma ajuda física, uma palavra de conforto.

A gente vê um monte de pessoas saindo do metrô numa correria tremenda, passa raspando pelos idosos a ponto de derrubá-los. Eu não costumo andar de metrô ou de ônibus porque tenho veículo. Porém, às vezes, preciso quando vou para o centro da cidade resolver alguma coisa. Estacionar um veículo nessas áreas está ficando difícil. De vez em quando faço o seguinte: largo o carro perto do meu consultório em Brotas e pego o metrô até a Lapa. Fico olhando as pessoas na Estação da Lapa numa falta de educação, batem em um, batem no outro e nem pedem desculpas. Idosos não se salvam, levam aquele empurrão. Percebo que os idosos já estão tão acostumados, que ficam calados.

Acho que ceder um lugar para alguém sentar no transporte coletivo é ser solidário. Não precisa ser necessariamente um idoso, mas podemos ceder para uma pessoa que esteja carregando um monte de compras. Porém, vejo que poucas pessoas praticam a cortesia de colaborar com alguém nessas condições. Vamos ser mais fraternos. Saiba que um dia você vai envelhecer ou perder o emprego, pode ficar sem o carro por não puder mantê-lo e passar a andar de ônibus. Quem sabe, adoecer e precisar de alguém para lhe conduzir até o hospital ou ir até a farmácia para comprar um remédio.

Quando uma pessoa conhecida me pede uma carona, eu dou com todo amor. Porteiro do meu condomínio, vizinho ou zelador do prédio onde fica o meu consultório. A gente tem que prestar ajuda às pessoas. Não vamos fazer o que não pode, porém, se tem condições, faça o que pode. Não faça para se amostrar. Faça por amor.

Conrado Matos

Psicanalista, pós-graduando em Educação em Gênero e Direitos Humanos pelo Neim/Ufba