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Sinditaxi é acusado de fraude nas eleições

O Sindicato dos Condutores Autônomos de Táxi de Salvador (Sinditaxi) é acusado de não cumprir os tramites exigidos pelo estatuto da entidade para realização de eleições e adulterar documentos com o objetivo de permitir que associados inaptos votassem no pleito realizado no dia 24/09. As denúncias partiram do presidente da Associativa de Assistência dos Taxistas (Coastaxi), Gilberto Silva, e do taxista Josué Morais, que, mesmo sendo taxista auxiliar e não estando em dias com o pagamento exigido pela entidade, votou na chapa apresentada. “A assistente do presidente me telefonou avisando que minha carteira já estava pronta e me chamou para comparecer no dia 24/09. Quando cheguei lá, ela pediu que assinasse e votasse”, explicou Josué que ainda votou no lugar da esposa, que se quer compareceu ao local. Eles afirmam que a manobra teria por objetivo legitimar o pleito que reelegeu a atual diretoria por mais cinco anos.

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Taxistas alegam que documentos foram adulterados para que associados inaptos votassem.

 

 

 

Gilberto menciona ainda a falta de publicação do edital de convocação das eleições em um veículo de grande circulação. A redação do Ei, Táxi apurou com taxistas da categoria que afirmaram também não terem conhecimento.

 

De acordo com um advogado especialista na atuação sindical consultado pela nossa redação, a divulgação das eleições deve ser feita de forma eficiente com objetivo de oportunizar aos membros interessados a inscrição de chapas.

 

Questionado, o Sinditaxi informou que a publicação foi feita no jornal Tribuna da Bahia, mas não soube precisar a data. O diário negou a informação. Eles analisaram as publicações de 11/05 até o dia da eleição e nada foi encontrado. O estatuto do órgão exige que a divulgação aconteça em até três meses antes da eleição.

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Luiz Santana (vice-presidente) e Carlos Augusto (Presidente) estão à frente do Sinditaxi há dez anos e foram eleitos para mais cinco anos.

A intenção do sindicato em não informar o taxista sobre o pleito é evidente. No dia 07/09, após sermos avisados por um permissionário que o Sindicato realizaria eleições no dia 25/09, entramos em contato com o vice-presidente Luiz Santana. Nosso objetivo era confirmar a informação e dar publicidade ao ato, pois acreditamos que desta forma poderíamos contribuir com a legitimidade da escolha da nova diretoria. Na ocasião, a informação foi negada pelo vice-presidente. Segundo ele, não havia eleição marcada e, quando houvesse, o Ei, Táxi seria informado para que fizesse a cobertura. Luiz Santana mentiu! Como sabemos, sim, houve eleições! Não no dia 25, mas no dia 24/09 e nós não fomos informados. O processo eleitoral teria acontecido sem a devida publicidade “para não atrapalhar o processo”. A afirmação entre aspas foi dita pelo próprio vice-presidente em conversa no dia 13/10.

 

Ainda segundo o advogado, o descumprimento desse preceito por si só já poderia ser fundamento de anulação das eleições e de imediata convocação de outra. A hipótese de comprovação da acusação de adulteração de documento no intuito de obter votação de inapto caracterizaria mais um elemento demonstrativo da ilegitimidade das eleições.

 

Desligado do sindicato após denunciar má gestão da atual diretoria no mês de agosto, Gilberto Silva está impossibilitado de mover uma ação pedindo anulação do processo eleitoral. A atitude só pode ser tomada por um membro apto da instituição. Ele afirma que medidas estão sendo adotadas visando sua reintegração no corpo de associados, assim possibilitando o início do processo contra o órgão.

 

Opinião – Uma instituição que tem como prerrogativa estabelecida em estatuto “prestar melhor assistência social à categoria, colaborar com o estado, como órgão técnico e consultivo no estudo e solução dos problemas que se relacionam com a sua classe” parece ter perdido sua finalidade original. Talvez, esse seja o motivo de, em um território de 7.200 táxis, o que compreende, aproximadamente, 14 mil taxistas (permissionários e auxiliares) apenas sessenta participem do sindicato.

 

Sonegação de informações e falta de prestação de contas tornam o Sinditaxi uma verdadeira caixa-preta, dirigida e monopolizada há 10 anos pelo mesmo grupo, que poderá permanecer por mais cinco, caso a eleição seja consolidada. Talvez, esse seja o motivo de tanto descrédito.

 

Perguntas que não querem calar: Por que a diretoria do Sinditaxi mentiu, negando o pleito eleitoral? Por que não utilizou o jornal da categoria, o Ei, Táxi, para divulgar a convocação das eleições? Constatado que não houve edital de convocação, o processo eleitoral terá validade? Por que este grupo não larga o sindicato, já que alegam que a instituição está falida? Até quando a categoria irá permanecer inerte ao caos instaurado no Sinditaxi?

 

Essas e outras perguntas precisam de respostas e a categoria precisa cobrá-las. Precisamos tirar como exemplo sindicatos que verdadeiramente atuam pela sua classe. A diferença se faz com transparência e atuação.

 

Em meio a muitas dúvidas, uma certeza: o sindicato precisa abrir a caixa preta e o taxista precisa lutar por uma verdadeira representação.

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