Após a inauguração do Assaí Atacadista, em Camaçari, no final de 2018, instaurou-se um impasse em torno da atuação das cooperativas na cidade. Isso porque, através de entendimento com a gerência do supermercado, a Disk-Táxi, passou a atuar no local. Mas isso não poderia acontecer, segundo Raimundo Souza, diretor administrativo do Sindicato dos Táxis Autônomos de Camaçari (SINTAC), pois, essa seria uma prerrogativa exclusiva dos chamados “táxis de meio-fio”. “No dia da inauguração, descobrimos a Disk-taxi rodando no local. Nós do sindicato acionamos a Superintendência [de Trânsito e Transporte Público (STT)], que pediu que aguardássemos alguns dias, mas já vai fazer seis meses”, reclama.
Carmélia Cardoso, diretora financeira da Disk-Táxi, afirma que a atuação da cooperativa no empreendimento não é irregular. “Existe um decreto de 2016 que diz que as cooperativas podem atender o público desde que seja dentro de estabelecimento privado, como é o caso do Assaí”, esclareceu, destacando que a entrada foi “a convite do mercado”. A diretora ressalta ainda que os táxis da cooperativa têm taxímetros.
Raimundo confirma a existência de uma portaria que permite o uso de taxímetro nos “táxis especiais”, mas define como “uma atrapalhação”. “Todo mundo sabe que cooperativa não deve ter taxímetro”, brada.
“Nós conversamos com o superintendente para fazer uma solicitação de trabalho. A gente rodava nos hotéis, mas com a chegada dos aplicativos a demanda caiu 90%. Hoje é o ponto que nós temos”, defende Carmélia.
Segundo Raimundo, o SINTAC teve reuniões com o órgão competente e espera uma posição da gestão municipal ainda no mês de maio. “No dia 7 de maio fizemos uma manifestação, fomos para a porta da prefeitura. Também fomos para a STT, e lá o Coronel Castro [Superintendente da pasta] disse que a situação está encaminhada”.