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Bronson, O Rei do Asfalto

O serviço de transporte de passageiros é quase tão antigo quanto a civilização. O “riquexó”, carro de duas rodas puxado por uma pessoa, foi a primeira invenção que deu inicio à tradição de transportar cidadãos. Os primeiros táxis motorizados começaram a circular na cidade alemã de Estugarda em 1896. No ano seguinte, o taxímetro – inventado pelo alemão Wilhelm Bruhn em 1891 – foi comprado pelo empresário Freidrich Greiner, que equipou os seus veículos com esse sistema de cobrança inovador, criando a primeira empresa de táxi motorizado do mundo.

 

É amigo, o táxi moderno tem mais de um século de história e é um dos símbolos das grandes metrópoles. Os taxistas passam o dia transportando e conhecendo pessoas; ouvindo e contando histórias. É por isso que o Jornal Ei, Táxi criou essa nova seção, para para que os taxistas possam contar um pouco das suas histórias de vida, relatando as curiosidades da profissão e o sentimento de ser taxista.

 

Para inaugurarmos essa nova editoria do Ei, Táxi, vamos contar a história de Ronaldo Silva, taxista de Salvador com 33 anos de profissão e muitas histórias. Bronson, como é chamado por colegas e clientes por causa da semelhança com o já falecido ator americano Charles Bronson, é um sujeito tranquilo, sério, mas, ao mesmo tempo, muito divertido. Nós demos uma volta no táxi de Bronson pelo centro de Salvador, registrando todos os detalhes do bate-papo que tivemos ao longo da viagem.

 

Tudo começou na Rua Chile

 

Hoje, quem entra no Kia Cerato de Bronson, não imagina que a vida de taxista dele começou num Fusquinha há quase 34 anos. Antes de dirigir táxi, Ronaldo tinha um caminhão e trabalhava fazendo mudanças. Cansado da vida de carregar o peso dos móveis dos seus clientes, ele resolveu vender o seu caminhão e comprar um táxi. “Eu já tive vários táxis. Além do Fusca, eu tive um Chevette, dois Santanas, um Siena e hoje tenho um Cerato. Eu sempre fui um coroa meio ousado a respeito de conforto”, disse Bronson orgulhoso de ter o único Kia Cerato táxi de Salvador.

 

Desde que vendeu o seu caminhão, Bronson não conseguiu mais largar a rotina de taxista e aos 61 anos, recentemente completados, fala com orgulho das realizações conquistadas ao volante do táxi e da bela família que construiu ao lado da esposa Ana Maria, com quem é casado há quase 40 anos.

 

“Tudo se iniciou aqui nesse ponto da Rua Chile, em frente ao Hotel Palace e à antiga loja de roupas Sloper. Foi aqui eu comecei a minha vida de taxista. Hoje em dia não é mais aquela Rua Chile, não é? Onde desfilavam mulheres bonitas, mulheres da alta sociedade”, relembra Bronson com saudade. Atualmente, no prédio onde funcionava a Sloper, existe uma unidade do SENAC e o imponente Hotel Palace está irreconhecível atrás das cortinas da obra de revitalização.

 

Bronson, que continua sintonizado orgulhosamente à Teletáxi desde que começou na profissão, vem seguindo as tendências tecnológicas dos aplicativos de táxi, como o 99taxis, conquistando clientes através do seu tablet que fica no “para-sol” do seu carro. Hoje, Bronson às vezes espera por clientes nos pontos de táxi do Salvador Shopping e do Shopping da Bahia (antigo Iguatemi), mas, por utilizar esses novos dispositivos tecnológicos e ter muitos clientes, ele normalmente está sempre rodando nas ruas da cidade.

 

Sobrevivendo aos perigos das ruas

 

Depois de conversar com Bronson podemos perceber que o seu apelido não foi conquistado meramente pela semelhança com o ator americano. Assim como nos filmes de ação que Charles Bronson participou durante a sua carreira, o taxista Bronson também passou por vários perigos nas ruas de Salvador. “Eu fui assaltado 13 vezes. Não é três, é 13”, enfatiza ele. “Inclusive já fui colocado em mala de carro, passei seis horas e 15 minutos dentro da mala. Mas faz parte do trabalho, a vida de taxista é essa aí. A gente trabalha na rua, com todo tipo de gente. Por isso, nós podemos transportar tanto um doutor, um juiz, como um marginal”, complementa ele.

 

O rei do asfalto

 

Ao final da entrevista, após ser perguntado sobre a importância do táxi na vida dele, Bronson disse que “tem tudo que queria ter: uma casa boa, um filho maravilhoso, netos, uma mulher maravilhosa. E tudo foi conquistado no táxi”. “Não consegui me formar em algo… Mas me formei… Sou Rei do Asfalto. Roberto Carlos é o Rei da Música e eu sou o Rei do Asfalto”, conclui o orgulhoso taxista Ronaldo Silva, o verdadeiro Bronson.

 

Redação Ei, Táxi.

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