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As Castanhas

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Foto: reprodução agenciacienciaweb.wordpress.com

 

Por Conrado Matos

 

Quando vivi na época de menino no interior eu gostava de subir nos pés de cajueiro para tirar caju. Existiam os cajus amarelos e os vermelhinhos. A maior sensação da minha busca não era bem os cajus, mas as castanhas. As castanhas eram tudo que eu queria. Eu colecionava várias castanhas, colocavam-nas em um cesto e saia para jogar.

 

O jogo da castanha era divertido. A cada castanha jogada diante de algumas que se encontrava no chão, eu poderia acertar em varias concomitantemente e ganhar muitas. A finalidade dessa brincadeira era ganhar muitas castanhas para depois assá-las. No interior com as castanhas nós tínhamos o prazer não só da brincadeira, mas também tínhamos depois a sensação de comê-las. Colocávamos sobre um fogo a lenha, feito no chão com dois ou quatro tijolos, em uma assadeira de lata. Depois das castanhas torradas, nós quebrávamos e tirávamos as cascas.

 

Embora, tão pequenas diante do caju, mesmo assim, acho as castanhas bem gostosas e valiosas. Para mim é o ouro do cajueiro. Como diz esse velho ditado: “tamanho não é documento”. A sabedoria, a alma e o conhecimento não são medidos pela aparência. Os cajus são belos e deixam o cajueiro lindo.  As castanhas embelezam menos, mas têm o que é de tão bom, a sua substância nutritiva.

 

Nós somos como as castanhas. Temos dentro de nós a essência interior que nos fortalece. Esse ser interior não aparece fora, mas nos move por dentro. É grandioso em nós mesmos. Prestem atenção que a castanha sobrevive sem o caju, e é a semente que dá o fruto. Sem a castanha nós não temos o cajueiro e nem o caju.

 

Quantos foram cajus nesta vida e não viveram como castanhas. Brilharam, coloriram e foram espetáculos dos outros. Um cajueiro florido. Não olharam para dentro de si mesmo. Não se valorizaram como as castanhas. Precisamos nos amar para amar os outros. As castanhas assadas são uma delícia. Prove em ser castanha para ver como é bom!

 

foto de conrado

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Conrado Matos – Psicanalista, licenciado em Filosofia e bacharel em Teologia; Pós-graduando em Educação em Gênero e Direitos Humanos.

 

E-mail: [email protected]         

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2 respostas

  1. Vcs, quando crianças eram muito espertos! Brincavam sem perder tempo rsss. Acho que as castanhas eram mais saborosas justamente pela conquista da brincadeira. Em Guarajuba tínhamos muitos cajueiros.
    Tem razão, quantos preferem ser caju, coloridos, viçosos mas, as castanhasss… Tem que passar pelo fogo! O fogo da transformação!
    Parabéns pelo artigo!

    1. Obrigado Licia Carvalho pelo seu atencioso comentário. Gostei da sua referência a transformação . Um abraço.

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