Por Conrado Matos
Salvador fez aniversário em 29 de março. Foi fundada por Thomé de Souza, no ano de 1549. Homenageá-la é uma grande honra. Uma cidade muito antiga, porém com tanta beleza e história. Seus casarões históricos, igrejas e solares. A Baia de todos os Santos, planos inclinados, elevador Lacerda, o Farol da Barra e o Pelourinho, uma cidade de poetas, escritores e artistas, formam essa beleza memoriável e imortal. Temos muita variedade em Salvador para encher nossos olhos de tanta admiração e encantamento. O povo é alegre e gosta de festas. Além de um clima agradável, um verde e praias lindíssimas.
Lendo o romance do escritor baiano Xavier Marques, O Feiticeiro, na época em que ele escreveu essa obra, Salvador era uma cidade pacata, vista com muita tranquilidade, naturalidade e ainda tomada por certo silêncio que reinava nas avenidas. No subúrbio de Salvador, como é narrado pelo escritor Xavier Marques nesse livro, as excursões no campo eram salutares e harmoniosas, porque no subúrbio ainda se vivia a simplicidade. Bairros como: Cabula, Matatu, São Lázaro, Garcia, Dique e Brotas, sendo locais onde o ar era sedativo, vindo dos sítios, onde bocejava as altas jaqueiras. Esses locais ainda têm áreas preservadas, com árvores e sombras maravilhosas. A Salvador de 1922 era o estilo de Xavier Marques. Tinha um aspecto de uma cidade bem equilibrada. As pessoas se alimentavam do espírito, suavizando os pulmões com o bálsamo que surgia ao ar livre.
A nossa Salvador ainda é uma boa cidade para morar, protegida pelo Senhor do Bonfim e seus Orixás. Quem vem para cá não quer mais sair, como no meu caso, que cheguei por aqui em 1982 com dezesseis anos. Deixo meu poema, para homenagear a nossa Salvador.
SALVADOR DOS ORIXÁS: “Salvador, cidade de Iansã / Suas divindades a homenagear / Com sua beleza, amor e mar / Tenho versos a declamar / Salvador, com suas belas praias, Farol da Barra, Itapuã e muito mais / Suas igrejas, museus e becos / Festa do Bonfim, sobrados e frevos / Salvador de todos os santos / De Mãe Stella e das ventanias de Iansã / Dos terreiros, axé, magia e cantos / Canções de Gil, Caetano e Capinan. / Salvador, mais que um encanto / Tão bela como flores vivas / Tão vivas e de várias cores e raças! / As cores, negras, brancas e pardas”.
Conrado Matos
Psicanalista, pós-graduando em educação em gênero e direitos humanos pelo Neim/Ufba.
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